
- Azul derrete 6,8% e lidera quedas, com ação cotada a apenas R$ 0,96 após revisão da XP
- BBAS3 desaba mais 1,58% e acumula perda de 18% no mês
- Vale segura o índice com leve alta de 0,07%, mas Petrobras cai com petróleo em baixa
O Ibovespa encerrou o pregão desta quinta-feira em compasso de espera, pressionado por movimentos contraditórios entre os principais papéis e setores da Bolsa.
O índice principal da B3 registrou mais um dia sem direção clara, com ações oscilando entre leves altas e perdas moderadas, refletindo a ausência de gatilhos positivos mais fortes no cenário doméstico e internacional.
A mineradora Vale (VALE3) ajudou a conter uma queda mais acentuada do índice ao registrar leve valorização de 0,07%, amparada pela recuperação do preço do minério de ferro no mercado internacional. O minério subiu em meio a expectativas de estímulos adicionais da China para o setor de construção e infraestrutura, o que animou os investidores temporariamente.
Gigantes
Em contrapartida, Petrobras (PETR4) voltou a decepcionar. A ação preferencial da estatal recuou 0,60%, acompanhando a queda consistente do petróleo tipo Brent, que perdeu força diante do aumento dos estoques norte-americanos e da cautela com a demanda global. O movimento ofuscou os recentes avanços da companhia no setor de refino e geração de energia.
Entre os bancos, o dia também foi de perdas generalizadas. Banco do Brasil (BBAS3) amargou queda de 1,58%, acumulando desvalorização superior a 18% apenas em maio — a pior performance entre as grandes instituições financeiras.
Santander (SANB11) recuou 0,30% e Bradesco (BBDC4) caiu 0,43%. Ainda, com o setor pressionado pelas expectativas de juros mais altos por mais tempo nos Estados Unidos, o que reduz o apetite por ativos de risco nos mercados emergentes.
Outros setores também exibiram comportamento misto, com destaque para as companhias aéreas, que viveram um novo capítulo de volatilidade. Azul (AZUL4) despencou 6,80%, cotada a R$ 0,96, após a XP Investimentos colocar a ação em revisão. Contudo, em meio à deterioração dos fundamentos da empresa e dúvidas sobre sua estrutura de capital.
O papel já acumula queda superior a 70% em 2025, tornando-se um dos piores desempenhos do ano no Ibovespa. Por outro lado, Gol (GOLL4) subiu 1,56%, mas o mercado ainda questiona se o movimento representa uma recuperação real ou apenas um respiro técnico.
No setor de infraestrutura e energia, Copel (CPLE6) avançou 1,51% após relatório de banco reiterar recomendação de compra, destacando o potencial de crescimento da companhia após sua privatização.
Em contrapartida, B3 (B3SA3) caiu 1,40%, após sofrer rebaixamento na recomendação por parte de uma instituição financeira. Dessa forma, que apontou menor volume de negociação e perspectivas desafiadoras para a operadora da Bolsa.