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Ibovespa fecha em queda a menos de 121 Mil Pontos às vésperas do natal

Desempenho do Ibovespa reflete aversão ao risco fiscal e impactos da inflação; alcança dólares novos patamares em ano de turbulências econômicas.

Ibovespa fecha em queda a menos de 121 Mil Pontos às vésperas do natal

Em uma antecipação ao feriado de Natal, o Ibovespa encerrou esta segunda-feira (23) em queda significativa, registrando uma retração de 1,09% e fixando-se em 120.766,57 pontos. Este desempenho ressalta uma queda acumulada de quase 9% no ano, refletindo a aversão ao risco fiscal brasileiro e o impacto da inflação sobre o mercado de capitais.

O volume de negócios foi relativamente baixo, refletindo a cautela dos investidores diante das incertezas econômicas locais e globais. O dólar, por sua vez, manteve-se em alta, atingindo o valor de R$ 6,19, em um aumento de mais de 25% ao longo do ano. Este movimento é amplamente atribuído à fuga de capital estrangeiro e à percebida fragilidade fiscal do país.

Impacto setorial e principais movimentações

Entre as empresas que se destacaram, a Hypera (HYPE3) liderou as altas do dia, impulsionada pelo anúncio da compra de 6% de suas ações pela EMS, fechando com um aumento de 4,65%. Em contrapartida, empresas cíclicas enfrentaram uma jornada difícil, com a Azul (AZUL4) sofrendo uma queda acentuada de 8,24%, pressionada pelos custos crescentes dos combustíveis e pelo ambiente de alta de juros e dólar.

A Sabesp (SBSP3), por outro lado, viu suas ações subirem 2,02%, beneficiada pela reafirmação da Moody’s quanto à sua classificação de crédito e perspectiva estável, refletindo uma gestão financeira disciplinada e resiliente.

Análise de especialistas e perspectivas para o final do ano

Idean Alves, planejador financeiro e especialista em mercado de capitais, destacou que o cenário de risco fiscal e inflação exacerbada têm sido os principais motivos para a retirada de investidores estrangeiros do mercado brasileiro. Essa dinâmica, combinada com o fortalecimento do dólar, continua a exercer pressão sobre os ativos locais, prejudicando especialmente empresas sensíveis ao ciclo econômico e ao crédito mais caro.