- Índice caiu 1,31% após dia instável, com Petrobras e Vale puxando perdas
- Moeda americana avançou 1,29% e DIs fecharam em alta em toda a curva
- Natura liderou as altas; Magazine Luiza registrou a maior queda do dia
A sessão desta segunda-feira (7) transformou o mercado financeiro brasileiro em uma verdadeira montanha-russa. O Ibovespa oscilou bruscamente ao longo do dia e terminou com uma queda de 1,31%, aos 125.588,09 pontos.
O tombo de 1.667,91 pontos não revela, no entanto, o turbilhão de emoções enfrentado pelos investidores ao longo da jornada, marcada por reações desencontradas a fatores internos e externos, instabilidade global e movimento técnico de correções. Em paralelo, o dólar comercial disparou 1,29%, chegando a R$ 5,911, enquanto os juros futuros fecharam em alta generalizada.
Sessão turbulenta e oscilações no Ibovespa
O Ibovespa começou o dia com sinal de estabilidade, mas rapidamente entrou em terreno volátil. A incerteza externa – agravada por temores de recessão global e pela queda dos preços do petróleo – somou-se à tensão doméstica com o cenário fiscal e a expectativa sobre possíveis reações do Banco Central às pressões inflacionárias. O resultado foi uma jornada nervosa, com curvas acentuadas e reações abruptas em praticamente todos os setores.
A ação da Vale (VALE3) simbolizou bem o clima: subiu, caiu, voltou a subir e fechou com perda de 1,20%. A Petrobras (PETR4), fortemente influenciada pelo recuo do petróleo no mercado internacional, afundou 3,97% e não esboçou reação em nenhum momento da sessão.
O barril do Brent recuou abaixo dos US$ 60, pressionando toda a cadeia de energia e refletindo os temores sobre uma desaceleração econômica mais intensa que o previsto.
Entre os bancos, a volatilidade também deu o tom. O Itaú Unibanco (ITUB4) chegou a operar no vermelho, mas fechou com leve alta de 0,19%. Já Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3) encerraram o dia com perdas de 1,67% e 1,07%, respectivamente, refletindo a instabilidade nos juros e a preocupação com o crescimento econômico.
Dólar dispara e juros futuros sobem em toda a curva
O mercado de câmbio também viveu um dia agitado. O dólar comercial operou em alta durante toda a sessão e encerrou com valorização de 1,29%, cotado a R$ 5,911. A moeda americana se fortaleceu diante da fuga global de ativos de risco e da incerteza sobre os rumos da política monetária nos Estados Unidos.
Internamente, o dólar se beneficiou da ausência de intervenções do Banco Central e da busca por proteção diante de um ambiente ainda muito instável. Os investidores também monitoraram com cautela os desdobramentos da crise comercial entre os EUA e a China, que continuam a provocar abalos nas bolsas e câmbios ao redor do planeta.
Enquanto isso, os juros futuros subiram em todos os vencimentos. A curva de rendimentos ganhou inclinação com os investidores precificando uma resposta mais firme do Banco Central para conter os impactos inflacionários, especialmente se o dólar seguir pressionado. A expectativa de manutenção da taxa Selic em níveis elevados ou mesmo de novos aumentos voltou ao radar.
Poucas ações escapam da queda, Natura lidera altas
Em meio ao cenário adverso, poucas ações conseguiram se destacar no campo positivo. A Natura (NTCO3) liderou as altas do dia com valorização de 2,84%, seguida por Yduqs (YDUQ3), com 1,51%, e Embraer (EMBR3), que fechou com leve alta de 0,17%. Os ganhos foram impulsionados por fatores específicos, como perspectivas de desempenho operacional e revisões de recomendação por parte de analistas.
No outro extremo, Magazine Luiza (MGLU3) amargou a maior queda do pregão, refletindo o impacto da alta dos juros sobre o setor de varejo. Carrefour (CRFB3), no entanto, oscilou ao longo do dia e terminou com leve alta de 0,12%, após ter figurado entre as maiores altas na sexta-feira.
Entre os papéis mais negociados, a Petrobras (PETR4) liderou em volume, enquanto a Vale (VALE3) também figurou entre os destaques, apesar do desempenho negativo.
Confira abaixo o resultado das principais ações: