
O Ibovespa (IBOV) iniciou esta sexta-feira (27) em queda de 0,42%, aos 136.542,89 pontos, devolvendo parte dos ganhos da véspera, quando avançou 0,99% após a leitura mais branda do IPCA-15 de junho.
Os investidores reagem a uma bateria de indicadores divulgados nesta manhã no Brasil e nos Estados Unidos, com destaque para dados de crédito, inflação e desemprego.
Por aqui, o desemprego caiu para 6,2%, a inflação medida pelo IGP-M recuou 1,67% e as concessões de crédito diminuíram 0,4% em maio, enquanto, nos EUA, o índice Índice de Preços para Despesas com Consumo Pessoal (PCE) subiu 0,1%, em linha com as expectativas.
Altas e baixas do Ibovespa às 10:30
| Ação | Último Preço | Variação (%) |
|---|---|---|
| Localiza (RENT3) | R$ 40,62 | +1,52% |
| Vamos (VAMO3) | R$ 4,48 | +1,36% |
| MRV (MRVE3) | R$ 6,06 | +1,00% |
| Pão de Açúcar (PCAR3) | R$ 3,02 | +1,00% |
| CSN Mineração (CMIN3) | R$ 4,92 | +0,61% |
| Ação | Último Preço | Variação (%) |
|---|---|---|
| Ambev (ABEV3) | R$ 13,13 | -1,43% |
| Embraer (EMBR3) | R$ 73,06 | -1,28% |
| BRF (BRFS3) | R$ 19,86 | -1,19% |
| Totvs (TOTS3) | R$ 41,40 | -1,10% |
| Bradesco ON (BBDC3) | R$ 14,16 | -1,05% |
O que influencia o Ibovespa hoje?
O apetite por risco nos mercados internacionais aumentou com as sinalizações de avanço nos acordos comerciais entre os Estados Unidos, China e União Europeia.
O Ministério do Comércio chinês confirmou hoje os termos do entendimento com os EUA, que prevê a retirada de barreiras a exportações e uma trégua tarifária após reuniões discretas em Londres.
A União Europeia também sinalizou otimismo, com Ursula von der Leyen afirmando que o bloco recebeu a “versão final” da proposta americana.
No Brasil, a cereja do bolo veio com um reforço de peso: o JPMorgan revisou para cima a projeção do índice MSCI de Mercados Emergentes, agora estimando 1.250 pontos até o fim de 2025, um salto de 8,7% sobre a previsão anterior.
A revisão implica um retorno potencial de 16% no ano, com destaque para o Brasil, que segue com recomendação “overweight” (acima da média de mercado), ao lado de Índia, Coreia do Sul e outros emergentes.
O sentimento local também é apoiado por indicadores domésticos benignos. O desemprego no Brasil caiu a 6,2% no trimestre encerrado em maio, piso das projeções do mercado, segundo o IBGE. Já o IGP-M, usado para reajuste de contratos, desabou 1,67% em junho, sinalizando alívio inflacionário.
Ao mesmo tempo, os dados de crédito bancário indicaram expansão de 0,2% em maio, com alta de 15,2% em 12 meses, mantendo o ritmo da economia girando.
No cenário internacional, os preços do petróleo e do minério de ferro também ajudam a empurrar o humor dos investidores.
O minério subiu 1,99% em Dalian, e o Brent avançava 0,31% na manhã de hoje, refletindo expectativa de aumento na demanda global com a distensão comercial.
Apesar de toda a euforia potencial, os investidores também monitoram discursos e dados econômicos nos EUA, especialmente o índice PCE, que subiu 0,1% em maio — dentro do esperado.
A medida é a favorita do Federal Reserve (Fed) para calibrar decisões sobre juros, e a leitura em linha com as expectativas ajuda a manter o viés dovish nos mercados.
Mais agenda
Na agenda do dia, além dos dados já divulgados, os investidores devem ficar atentos ao Relatório da Dívida Pública Federal, que sai às 14h30, e à entrevista coletiva do ministro Fernando Haddad, que também ocorrerá no início da tarde.
Já às 11h, sai o dado de confiança do consumidor nos EUA, medido pela Universidade de Michigan.
Com esse conjunto de fatores — alívio externo, dados locais favoráveis e confiança de grandes investidores globais — o Ibovespa tem espaço para engatar ganhos nesta reta final de semana.
Mas a volatilidade não está descartada, especialmente com a proximidade do fechamento da Ptax de fim de mês e trimestre, que pode gerar movimentos técnicos nos mercados de câmbio e ações.