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Ibovespa hoje opera em timidez com cautela sobre tensão EUA-Brasil

Investigação americana contra o Brasil e incerteza sobre imposto elevam aversão ao risco; mercado também monitora dados de inflação, balanços e IPO da Aura nos EUA

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Ibovespa hoje opera em timidez com cautela sobre tensão EUA-Brasil

O Ibovespa (IBOV) iniciou esta quarta-feira (17) ainda sob reflexo da postura defensiva adotada por investidores diante da escalada da tensão com os Estados Unidos, que anunciaram na véspera a abertura de uma investigação contra as práticas comerciais brasileiras, e das discussões sobre o aumento do IOF, que seguem sem consenso entre Executivo e Congresso.

Às 10h20, o principal índice da B3 subia levemente em 0,05%, aos 135.302,72 pontos.

Altas e baixas do Ibovespa às 10:20
AçãoÚltimoVar. %Volume
Ambev ON (ABEV3)R$ 13,48+1,58%894,3K
Weg ON (WEGE3)R$ 40,17+1,26%184,8K
Pão de Açúcar ON (PCAR3)R$ 3,22+0,94%197,9K
CVC Brasil ON (CVCB3)R$ 2,46+0,82%656,3K
CSN Mineração ON (CMIN3)R$ 5,12+0,79%183,5K
AçãoÚltimoVar. %Volume
Usiminas PNA (USIM5)R$ 3,98-5,24%1,12M
São Martinho ON (SMTO3)R$ 17,52-1,46%18,9K
Yduqs ON (YDUQ3)R$ 14,05-1,20%28,2K
Vivara ON (VIVA3)R$ 25,26-1,02%21,4K
CSN ON (CSNA3)R$ 8,00-0,99%282,7K

EUA abrem investigação comercial contra o Brasil

O clima geopolítico azedou ainda mais após o Departamento do Comércio dos EUA formalizar uma investigação sobre estratégias comerciais do Brasil, com base na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974 — a mesma usada para justificar tarifas contra a China em 2019.

O documento, impulsionado pelo governo Donald Trump, afirma que o Brasil adota políticas “irracionais ou discriminatórias” que restringem o comércio americano. Entre os alvos, estão comércio digital, propriedade intelectual, pirataria e até o Pix, classificado como “prática desleal” por concorrer com empresas como Visa e Mastercard.

A medida intensifica a pressão sobre o Brasil após a anúncio de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, programadas para entrarem em vigor em 1º de agosto.

IOF: STF pode decidir em breve

No cenário doméstico, os olhos se voltam ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde o ministro Alexandre de Moraes indicou que poderá tomar uma decisão rápida sobre o impasse envolvendo o aumento do IOF.

A audiência de conciliação entre governo e Congresso terminou sem acordo. Nos bastidores, cresce a expectativa de que o STF valide o decreto presidencial, mas com restrições ou modulações, especialmente sobre operações como risco sacado e VGBL, que antes não eram tributadas.

A definição será crucial para o equilíbrio fiscal de 2025, já que o governo conta com a arrecadação do IOF para atingir a meta de déficit zero.

No exterior: balanços, inflação e o Livro Bege

Lá fora, o mercado aguarda a divulgação de novos acordos comerciais pelos EUA e está de olho em uma bateria de indicadores:

  • Livro Bege do Fed, às 15h
  • Discursos de dirigentes do Federal Reserve ao longo do dia

Esses dados serão fundamentais para calibrar as expectativas em torno da trajetória dos juros nos EUA.

Commodities: petróleo recua, minério sobe

O petróleo Brent operava em queda de 0,84%, a US$ 68,13, após uma manhã de instabilidade ligada à incerteza sobre o comércio global.

Já o minério de ferro subiu 1,05% na Bolsa de Dalian, fechando cotado a US$ 107,76 por tonelada — notícia positiva para empresas ligadas ao setor.

Empresas no radar

  • Eneva (ENEV3): Reportou geração bruta de 1.872 GWh no 2º tri, alta de 120% em relação ao ano anterior.
  • Camil (CAML3): Teve lucro líquido de R$ 66 milhões no trimestre, queda de 15,9%. A empresa cita pressão no arroz e concorrência no açúcar como desafios.
  • Aura Minerals (AURA33): Precificou seu IPO nos EUA a US$ 24,25 por ação, levantando cerca de US$ 200 milhões. A estreia na Nasdaq acontece amanhã, sob o código “AUGO”.
José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.