Ibovespa hoje oscila com dados fraco do varejo e tensões de Trump

O Ibovespa (IBOV) oscila nesta terça-feira (8), refletindo o aumento das tensões comerciais globais provocado pelas ameaças tarifárias de Donald Trump e os sinais de desaceleração econômica no Brasil. Às 10h25, o índice recuava 0,12%, aos 139.352,30 pontos.

Altas e baixas do Ibovespa às 10:25

Trump reaquece o fantasma da guerra comercial

O governo dos EUA voltou a agitar os mercados ao anunciar que a partir de 1º de agosto produtos de 14 países — incluindo Japão e Coreia do Sul — serão taxados com tarifas entre 25% e 36%.

A lista também pode se expandir para mais de 180 países, caso as negociações comerciais não avancem até o novo prazo estipulado.

A iniciativa, liderada por Trump, reacende temores de uma nova guerra comercial, em especial com países do Brics, e impacta diretamente o humor dos investidores, que buscam refúgios mais seguros diante do risco de desaceleração global.

Varejo decepciona, mas reacende esperança de corte de juros

O mercado local também reage aos dados de vendas no varejo de maio, divulgados nesta manhã pelo IBGE. O setor registrou queda de 0,2% em relação a abril, frustrando as expectativas dos analistas, que esperavam uma alta de 0,2%.

Apesar da surpresa negativa, o número pode ser interpretado como uma boa notícia para os juros.

A desaceleração da atividade reforça a tese de que o Banco Central pode ter mais espaço para iniciar o ciclo de corte da Selic ainda este ano. O tema pode ganhar novos capítulos hoje, com a agenda pública do diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, prevista para ocorrer com parlamentares em Brasília.

Commodities

Entre as commodities, o petróleo Brent recua 0,29%, a US$ 69,38, pressionado pela ameaça tarifária americana e aumento da oferta por parte da Opep+.

Já o minério de ferro teve leve alta de 0,14% na Bolsa de Dalian, cotado a US$ 102,16 por tonelada.

No radar corporativo

• BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3): A Justiça Federal extinguiu ação popular que tentava barrar a incorporação da BRF pela Marfrig, o que abre caminho para a votação do negócio em assembleia no dia 14 de julho.
• Aura Minerals (AURA33): A mineradora lançou uma oferta pública de ações nos EUA, que pode movimentar até US$ 290 milhões. Os recursos vão financiar a compra de uma mina em Goiás e outros projetos de ouro no Brasil.