
O Ibovespa (IBOV) abriu em queda nesta terça-feira (24), sob o efeito de um delicado equilíbrio entre a trégua geopolítica no Oriente Médio e os sinais de política monetária no Brasil e Estados Unidos. Por volta das 10:10, o principal índice da Bolsa de Valores Brasileira recuava 0,03%, aos 136.511,96 pontos.
O dia começou com os investidores acompanhando a repercussão do cessar-fogo entre Israel e Irã, o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, no Congresso dos EUA, e a ata do Copom no Brasil — todos eventos com potencial para mexer com o apetite por risco.
Altas e baixas do Ibovespa às 10:10
A Petrobras (PETR3)(PETR4) e as demais petroleiras devem impactar negativamente o Ibovespa nesta terça-feira (24), dado ao cenário de alta volatilidade no preço do petróleo com as tensões entre Israel e Irã.
| Ação | Código | Preço (R$) | Variação (%) | Tendência |
|---|---|---|---|---|
| Petrobras | PETR4 | 31,46 | −1,69% | 🔻 Queda forte |
| CVC | CVCB3 | 2,34 | +2,18% | 🟢 Alta |
| Embraer | EMBR3 | 73,47 | +0,59% | 🟢 Alta |
| Bradesco | BBDC4 | 16,58 | +0,55% | 🟢 Alta |
| Vale | VALE3 | 50,52 | −0,06% | 🔻 Queda leve |
Cessar-fogo? Nem tanto…
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na madrugada desta terça que um cessar-fogo entre Israel e Irã teria entrado em vigor, após mais de uma semana de tensão e ataques.
A trégua inicialmente animou os mercados asiáticos, que fecharam em alta — destaque para o sul-coreano Kospi (+2,96%), Hang Seng (+2,06%) e Nikkei (+1,14%).
No entanto, a estabilidade durou pouco: horas depois, Israel acusou o Irã de violar o acordo ao lançar mísseis, o que Teerã negou.
O episódio reacende incertezas sobre a sustentabilidade da paz na região e coloca os mercados em estado de alerta.
Petróleo em queda e alívio no risco
Com o alívio momentâneo nas tensões, os preços do petróleo caem forte nesta manhã.
Às 08h45, o WTI para agosto recuava 3,42%, enquanto o Brent para setembro perdia 3,58%.
A commodity já havia caído cerca de 7% na véspera, após uma retaliação limitada do Irã aos ataques dos EUA.
No radar: Powell e os juros nos EUA
Às 11h (horário de Brasília), os olhares se voltam para o depoimento de Jerome Powell, presidente do Fed, na Câmara dos Representantes.
Ele falará sobre a política monetária dos EUA após o banco central manter os juros entre 4,25% e 4,50% na semana passada.
A fala acontece em meio a pressões políticas: Trump usou a rede Truth Social para atacar Powell, dizendo esperar que “o Congresso dê uma sova nessa pessoa burra e teimosa” por se recusar a cortar os juros. O comentário inflamado acrescenta tensão a um ambiente já sensível.
Ata do Copom: juros altos por mais tempo
No Brasil, o destaque é a ata do Copom, que repetiu o tom duro da última decisão de política monetária: a Selic foi elevada para 15% ao ano, e o BC sinalizou que os juros devem permanecer altos por um período “bastante prolongado”.
O documento aponta que, diante da resiliência da atividade econômica, da pressão no mercado de trabalho e de expectativas de inflação desancoradas, será necessário manter uma política “significativamente contracionista” para garantir que a inflação convirja à meta.
Segundo o Focus, a taxa básica deve permanecer em 15% até o fim de 2025, com possibilidade de queda só em 2026.
IPC-S desacelera e reforça cautela
A FGV também divulgou nesta manhã o IPC-S, que mostrou desaceleração na inflação ao consumidor: de 0,25% para 0,19% na terceira quadrissemana de junho, em quatro das sete capitais pesquisadas.