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Ibovespa hoje recua com tensões sobre IOF; veja as ações destaque no pregão

Mercado local digere decisão do STF sobre imposto em operações financeiras, enquanto tensão comercial global e commodities voláteis mantêm o clima de espera

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Analise Ibovespa esta barato em dolares
Analise Ibovespa esta barato em dolares

O Ibovespa (IBOV) inicia esta quinta-feira (17) sob o peso de incertezas com a retomada do novo IOF e a medida que se aproxima o dia 1º de agosto — data prevista para o início da aplicação das tarifas anunciadas por Donald Trump sobre produtos do Brasil, México e União Europeia — investidores redobram a cautela e reavaliam riscos.

Por volta das 10:27, o principal índice da B3 recuava 0,17%, aos 135.257,61 pontos.

Altas e baixas do Ibovespa às 10:25
AçãoÚltimo (R$)Variação (%)
Braskem PN (BRKM5)9,36+2,86%
Usiminas PNA (USIM5)4,11+2,49%
Pão de Açúcar ON (PCAR3)3,61+2,27%
Minerva ON (BEEF3)5,42+2,26%
Prio ON (PRIO3)43,20+1,91%
AçãoÚltimo (R$)Variação (%)
Hypera ON (HYPE3)27,33-2,29%
Totvs ON (TOTS3)41,61-1,91%
Vamos ON (VAMO3)3,92-1,51%
Assaí ON (ASAI3)10,08-1,27%
Hapvida ON (HAPV3)33,09-1,22%

IOF volta ao radar

O mercado repercute a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que manteve, com ressalvas, o decreto do governo Lula que aumenta o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre produtos como câmbio, previdência privada e crédito empresarial.

A decisão do STF restabeleceu boa parte do decreto presidencial, elevando o IOF a 5% para valores acima de R$ 300 mil investidos em VGBL já em 2025 — patamar que sobe para R$ 600 mil em 2026.

A medida, embora vista como positiva para o caixa do governo, levanta alertas sobre o custo operacional para bancos e investidores, além de adicionar instabilidade regulatória em um momento já sensível.

No entanto, Moraes manteve o veto à cobrança do imposto sobre operações de risco sacado — mecanismo amplamente utilizado por varejistas para antecipar recebíveis. O recuo parcial ajuda a aliviar parte da tensão no setor, mas o impacto geral da reoneração ainda está sendo precificado pelo mercado.

Trump à espreita

No cenário externo, todas as atenções estão voltadas para o desenrolar das tensões comerciais com os Estados Unidos.

O presidente americano Donald Trump ameaça iniciar, já em agosto, a cobrança de tarifas de até 50% sobre produtos importados de parceiros estratégicos, incluindo o Brasil.

O gesto é visto por analistas como um movimento de campanha — com forte viés político — mas com potencial de desorganizar cadeias produtivas e pressionar empresas exportadoras.

O impasse, até agora, tem alimentado volatilidade nos mercados globais, sobretudo em setores sensíveis como o de energia, aço e alimentos.

Commodities

O petróleo Brent, termômetro das ações da Petrobras, operava em leve alta de 0,20% nesta manhã, a US$ 68,66, após uma sessão instável puxada por incertezas sobre a guerra comercial e tensões no Oriente Médio. O movimento é contido, mas representa uma tentativa de recuperação após perdas recentes.

Já o minério de ferro, commodity chave para a Vale, subiu 1,81% na Bolsa de Dalian (China), encerrando a sessão em 785,5 yuans por tonelada (cerca de US$ 109,40). A valorização acompanha expectativas de estímulo à economia chinesa, o que pode favorecer mineradoras brasileiras.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.