Mercado instável

Ibovespa oscila com tensões comerciais e dólar dispara

Na abertura de hoje (9): a retaliação chinesa eleva aversão ao risco, derruba ações e pressiona juros futuros em dia de volatilidade.

Ibovespa oscila com tensões comerciais e dólar dispara
  • A retaliação chinesa com novas tarifas sobre produtos norte-americanos elevou o dólar acima de R$ 6,06 e pressionou os juros futuros
  • Após abrir em queda, o Ibovespa virou para alta de 0,07%, aos 124 mil pontos, com ajuda de ações de grandes bancos e siderúrgicas
  • Commodities e varejo sentiram os impactos negativos, enquanto frigoríficos e o Carrefour registraram ganhos

O Ibovespa iniciou esta quarta-feira (9) com forte queda, refletindo o aumento da tensão na guerra comercial entre China e Estados Unidos, mas virou para leve alta no fim da manhã, aos 124.019 pontos, com avanço de 0,07%.

A volatilidade marcou a sessão após a confirmação de que Pequim adotará tarifas adicionais de 84% sobre uma série de produtos norte-americanos, o que gerou forte resposta do secretário de Comércio dos EUA, que chamou a medida de “lamentável” e “uma derrota para os próprios chineses”.

A reação dos investidores veio imediatamente. O dólar comercial disparou, superando a marca de R$ 6,06, com alta de 1,11%, refletindo a fuga global de capital para ativos considerados mais seguros. A primeira parcial da taxa Ptax, calculada pelo Banco Central, registrou o dólar cotado a R$ 6,0753 na compra e R$ 6,0759 na venda.

Ao mesmo tempo, os juros futuros também avançaram, acompanhando o clima de incerteza global. A possibilidade de uma recessão causada pela intensificação da disputa tarifária entre as duas maiores economias do mundo aumentou a cautela no mercado brasileiro e internacional, pressionando os ativos de risco.

Bancos, commodities e varejo sentem o impacto

O movimento no mercado de ações foi marcado por forte oscilação setorial. O setor bancário começou o pregão em queda, com BBAS3 recuando 1,19%, BBDC4 com -1,08%, ITUB4 com -0,58% e SANB11 em baixa de 1,46%.

Pouco depois, alguns papéis ensaiaram recuperação, com ITUB4 virando para alta de 0,13% e BBDC4 subindo 0,08%, acompanhando a melhora do índice geral.

Já os frigoríficos operaram de forma mista: BRFS3 e BEEF3 subiram 0,21% e 0,64%, respectivamente, enquanto JBSS3 e MRFG3 caíram 0,75% e 1,13%. As varejistas de alimentos também enfrentaram pressão: ASAI3 caiu 1,17%, GMAT3 recuou 0,44% e PCAR3 perdeu 0,33%. O Carrefour (CRFB3), no entanto, destoou com alta de 0,61%.

Entre as blue chips, Petrobras abriu o dia com fortes quedas: PETR3 caiu 1,54% e PETR4 recuou 1,66%, acompanhando o recuo nos preços internacionais do petróleo. As empresas juniores do setor também sofreram, com PRIO3 em baixa de 2,19%, RECV3 com -2,04% e BRAV3 caindo 3,53%.

Juros futuros sobem com percepção de risco

O aumento das tarifas entre China e Estados Unidos elevou o sentimento global de aversão ao risco. Assim, motivando a migração de investidores para ativos considerados mais seguros, como dólar e títulos do Tesouro dos EUA (Treasuries).

Com isso, os juros futuros brasileiros subiram, refletindo a percepção de risco e a pressão inflacionária que pode vir com a desvalorização cambial.

No cenário internacional, os principais índices em Nova York abriram o dia em terreno misto, com parte dos investidores digerindo os impactos da retaliação chinesa. Além das possíveis contramedidas de Washington.

O temor de que o conflito afete o crescimento global impacta diretamente países emergentes como o Brasil, mais sensíveis às flutuações do comércio internacional.

Enquanto isso, o Ibovespa Futuro reduziu o ritmo de queda para 0,10%, sendo negociado aos 123.825 pontos. O índice principal da bolsa brasileira ainda busca firmeza em meio às incertezas externas, dependendo do comportamento dos grandes bancos, empresas exportadoras e do noticiário internacional.

Confira os principais resultados das ações cotadas:

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ