
- Braskem (BRKM5) salta 9,15% após Nelson Tanure fazer oferta de aquisição pela companhia petroquímica
- Magazine Luiza (MGLU3) derrete 4,96%, puxando o setor varejista para o negativo
- Vale e Petrobras sobem discretamente, enquanto bancos seguram o Ibovespa com ganhos robustos
O pregão desta quinta-feira (23) entregou aos investidores um verdadeiro vai e vem de emoções. Enquanto algumas ações trouxeram alívio e ânimo, outras frustraram quem apostou em retomadas.
O Ibovespa fechou em leve alta, impulsionado principalmente pelos bancos e pela disparada da Braskem (BRKM5), que ganhou mais de 9% após Nelson Tanure apresentar uma oferta pela petroquímica.
A performance da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR4) também ofereceu algum alento. Ambas oscilaram bastante ao longo do dia, mas terminaram no campo positivo, com altas discretas de 0,17% e 0,22%, respectivamente. Apesar da volatilidade, as duas companhias se distanciaram das mínimas do dia, comportamento que ajudou a sustentar o índice.
Bancos garantem fôlego ao Ibovespa
O setor bancário foi o principal suporte do Ibovespa neste pregão. Bradesco (BBDC4) fechou com alta de 1,23%, Itaú Unibanco (ITUB4) avançou 1,21% e Santander (SANB11) ganhou 0,84%. Esse movimento reflete o apetite por ativos mais defensivos, em um dia marcado por incertezas nos setores de consumo e commodities.
A única exceção entre os grandes bancos foi o Banco do Brasil (BBAS3), que caiu 2,51%. A pressão sobre a estatal pode estar relacionada à leitura política dos investidores e às discussões sobre governança e interferência do governo em decisões estratégicas da instituição.
Braskem brilha com oferta bilionária de Tanure
O grande destaque do dia foi, sem dúvida, a Braskem (BRKM5). A ação saltou 9,15% depois que o investidor Nelson Tanure formalizou uma oferta para aquisição da companhia. O movimento surpreendeu o mercado e foi visto como um novo capítulo na novela envolvendo o controle da petroquímica, atualmente nas mãos da Novonor (ex-Odebrecht) e da Petrobras.
O mercado recebeu a notícia com entusiasmo, especialmente porque a Braskem estava em um ciclo de desvalorização prolongada, pressionada por questões operacionais e dúvidas sobre o futuro da empresa. Com a movimentação de Tanure, os investidores agora apostam em uma possível reestruturação ou venda estratégica, o que reacende expectativas de valorização.
Varejo despenca com queda forte
O lado mais sombrio do pregão ficou com o setor de varejo. A Magazine Luiza (MGLU3) desabou 4,96%, puxando o setor para baixo. A queda reflete o ambiente macroeconômico desfavorável, com juros ainda elevados, inflação resistente e consumo pressionado. Já a Lojas Renner (LREN3) teve um recuo mais moderado, de 0,40%, mas ainda assim sentiu o impacto da aversão ao risco.
A performance negativa mostra que os investidores seguem cautelosos com empresas ligadas ao consumo interno, especialmente diante da dificuldade de recuperação da confiança do consumidor e do crédito.
JBS oscila em meio a tensão
A JBS (JBSS3) também protagonizou um pregão volátil. A ação chegou a subir com força após os minoritários aprovarem a proposta de listagem da empresa nos Estados Unidos. No entanto, ao longo do dia, o papel inverteu o sinal e fechou em queda de 1,23%.
A reversão de tendência indica que os investidores seguem preocupados com as incertezas regulatórias nos EUA. O movimento no Congresso americano, onde senadores pedem que a SEC avalie rigorosamente a listagem da JBS, adiciona um novo risco ao processo e pressiona o papel.