Incertezas externas

Ibovespa perde força, fecha em queda e vê dólar disparar

Alta de commodities não sustenta índice, os investidores reagem à queda do petróleo e incertezas externas, pressionando ações.

Ibovespa perde força, fecha em queda e vê dólar disparar
  • O principal índice da bolsa brasileira recuou 1,14%, aos 126.344 pontos, pressionado pela forte baixa das ações de petroleiras, como Petrobras e PRIO
  • O dólar comercial avançou 0,92%, a R$ 5,899, em meio à cautela global, os juros futuros tiveram dia misto, com incertezas sobre a política monetária
  • A queda do petróleo impactou fortemente as ações do setor, PETR4 despencou 6,22% e PRIO3 caiu 8,13%, liderando as perdas do dia

Após um dia de forte alta, o Ibovespa perdeu o fôlego e encerrou a sessão desta quinta-feira (10) em queda de 1,14%, aos 126.344,70 pontos, uma baixa de 1.451,23 pontos. A realização de lucros, o mau humor internacional e a queda expressiva das petroleiras pesaram sobre o índice.

O mercado doméstico ignorou dados positivos da economia brasileira e acompanhou com cautela os desdobramentos globais, principalmente em relação à desaceleração da economia chinesa e suas implicações para as commodities.

No Brasil, o bom desempenho do setor de serviços em fevereiro, com alta de 0,8%, ficou em segundo plano. Mesmo superando as expectativas dos analistas, os dados não foram suficientes para reverter o pessimismo.

O avanço pontual da Vale (VALE3), que subiu 1,79% impulsionada pela alta do minério de ferro, também não conseguiu puxar o Ibovespa para o terreno positivo.

Com isso, a cautela se impôs. O clima nos mercados globais ainda é de tensão, com investidores monitorando sinais de desaceleração econômica, inflação resistente e mudanças na política monetária dos Estados Unidos, o que tem provocado forte volatilidade em ativos de risco, como ações brasileiras.

Dólar volta a subir e juros futuros oscilam

O dólar comercial avançou 0,92% nesta quinta-feira, cotado a R$ 5,899, após cair no dia anterior. O movimento reflete o aumento da aversão ao risco por parte dos investidores, que buscam proteção em moedas fortes diante da instabilidade global.

A valorização da moeda americana ocorreu mesmo diante de dados internos positivos, o que mostra o peso do cenário internacional nas decisões de alocação de capital.

Já os juros futuros (DIs) apresentaram comportamento misto. Os vencimentos mais curtos oscilaram com leve baixa, enquanto os prazos mais longos avançaram, refletindo dúvidas sobre o ritmo de cortes da Selic pelo Banco Central diante de pressões inflacionárias e incertezas externas.

A curva de juros mostra que o mercado ainda avalia com cautela o espaço para afrouxamento monetário, especialmente com a taxa de câmbio pressionada.

Petroleiras afundam e desequilibram a bolsa

As ações das petroleiras lideraram as perdas do dia e foram decisivas para a queda do Ibovespa. Com o petróleo despencando no mercado internacional, reflexo da preocupação com a demanda chinesa, as ações da Petrobras (PETR4) desabaram 6,22% e terminaram como as mais negociadas da sessão.

A queda da commodity atingiu em cheio também PRIO (PRIO3), contudo, com impressionante recuo de 8,13%, e Brava Energia (BRAV3), que caiu 6,82%.

Mesmo com a queda generalizada, alguns papéis se destacaram de forma positiva. No setor de proteínas, a Marfrig (MRFG3) avançou 1,63%. No varejo, o Magazine Luiza (MGLU3) brilhou com alta de 4,50%, estendendo a recuperação após a forte volatilidade da semana. A Sabesp (SBSP3) também teve dia positivo, com alta de 1,92%, embalada pelo anúncio de recebimento bilionário de precatórios.

Por outro lado, a Azul (AZUL4) recuou 4,44%, mesmo após anunciar um novo acordo com credores. Dessa forma, o que mostra que o mercado segue exigente e atento a fundamentos sólidos. Já a LWSA3 liderou as altas do pregão, em movimento técnico, mas com volume abaixo da média.

No fechamento, as petroleiras dominaram a lista das maiores quedas do dia, assim, refletindo a fragilidade do setor diante do cenário externo.

Confira abaixo o resultado das principais cotações:

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ