
- Ibovespa sobe sem apoio das gigantes, com Vale, Petrobras e BB caindo, mas bancos privados sustentando o índice
- JBS dispara 3% e lidera ganhos, enquanto Marfrig derrete após forte alta e temor com gripe aviária
- XP reforça recomendação de compra para Ecorodovias e Motiva, que avançam com otimismo no setor de infraestrutura
O Ibovespa contrariou as expectativas nesta segunda-feira (19) e fechou em leve alta, mesmo com a queda das ações de gigantes como Vale (VALE3), Petrobras (PETR4) e Banco do Brasil (BBAS3). O índice subiu graças à recuperação dos bancos privados, à resiliência de algumas empresas do setor de saúde e à forte valorização da JBS (JBSS3).
A Vale recuou 0,27%, com o mercado ainda pressionado pelos movimentos do minério de ferro na China e pela cautela dos investidores em relação ao cenário externo. Já a Petrobras oscilou durante toda a sessão, pressionada pelas variações do petróleo internacional, e terminou o dia com leve queda de 0,12%, apesar de o barril do Brent ter operado em alta moderada no exterior.
O destaque negativo do dia, no entanto, ficou por conta do Banco do Brasil (BBAS3), que despencou 2,45% após a divulgação de um resultado decepcionante no primeiro trimestre de 2025. Analistas começaram a revisar para baixo suas projeções para o papel, o que aumentou a pressão vendedora. Apesar disso, os bancos privados seguraram o tranco: Bradesco (BBDC4) subiu 0,91%, Itaú Unibanco (ITUB4) ganhou 1,19% e o Santander (SANB11) avançou 1,49%.
Setor de saúde e proteínas mostra contrastes
Entre os destaques setoriais, a Hapvida (HAPV3) oscilou durante o dia e fechou estável, mas chegou a operar em alta por boa parte da sessão. Desde que divulgou seu balanço do 1º trimestre na semana passada, a empresa tem mostrado resiliência no mercado, com investidores digerindo melhor os números e apostando na recuperação da companhia ao longo de 2025.
No setor de proteínas, o dia foi de forte contraste. A JBS (JBSS3) liderou os ganhos do Ibovespa, com alta de 3,06%, após analistas recomendarem operações de proteção com foco em uma possível dupla listagem das ações nos Estados Unidos — movimento que, se concretizado, pode destravar valor para os acionistas.
Em contrapartida, a Marfrig (MRFG3), que havia disparado mais de 16% na última sexta-feira, desabou 6,42%, devolvendo parte dos ganhos após o anúncio de possível incorporação da BRF (BRFS3). Esta última também caiu, com baixa de 1,35%. A gripe aviária, que segue no radar dos investidores, segue sendo uma ameaça à estabilidade do setor.
XP reforça aposta em infraestrutura
As ações da Ecorodovias (ECOR3) e da recém-listada Motiva (MOTV3) também se destacaram positivamente no pregão. ECOR3 subiu 2,37%, enquanto MOTV3 avançou 0,74%, após a XP Investimentos reafirmar recomendação de compra para ambas. A corretora destacou o potencial de valorização das empresas de infraestrutura diante do cenário macroeconômico atual e da agenda de concessões do governo federal.
Ao final do dia, BBAS3 foi o papel mais negociado do pregão, JBSS3 liderou os ganhos e MRFG3 foi a maior queda do dia, evidenciando a forte rotação de carteiras e a sensibilidade dos investidores frente às últimas notícias corporativas.