Otimismo moderado

Ibovespa sobe com apoio de Vale e bancos, enquanto dólar recua a R$ 5,56

Índice avança 0,52% e fecha aos 134 mil pontos, com destaque para ações da Vale; juros futuros oscilam e Petrobras recua levemente.

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Ibovespa sobe com apoio de Vale e bancos, enquanto dólar recua a R$ 5,56
  • Ibovespa sobe 0,52%, puxado por Vale e bancos; Petrobras recua levemente.
  • Moeda americana cai 0,45%, a R$ 5,56, com menor temor sobre tarifa de Trump.
  • DIs oscilam entre riscos fiscais e expectativa por cortes futuros na Selic.

O Ibovespa fechou esta segunda-feira (21) em alta de 0,52%, aos 134.075,04 pontos, com impulso das ações da Vale e dos principais bancos. Apesar da cautela política e do risco fiscal, o mercado reagiu com otimismo moderado.

No câmbio, o dólar caiu 0,45%, cotado a R$ 5,56, refletindo um movimento de correção após dias de forte tensão com a ameaça do tarifaço dos EUA. Já os juros futuros oscilaram entre leves altas e quedas.

Vale lidera ganhos e bancos acompanham

A valorização da Vale (VALE3), com alta de 1,61%, teve peso relevante no desempenho do Ibovespa. O avanço foi sustentado pela recuperação do minério de ferro no mercado internacional e pela perspectiva de aumento da demanda chinesa. O movimento contribuiu para animar os investidores, mesmo com as incertezas externas.

Além da mineradora, os grandes bancos tiveram desempenho positivo. As ações do Itaú (ITUB4) subiram 0,31%, enquanto Santander (SANB11) avançou 0,27%. Já Banco do Brasil (BBAS3) e Bradesco (BBDC4) fecharam com ganhos de 0,25% e 0,26%, respectivamente. Esse setor tem se mostrado mais resiliente em meio ao cenário macroeconômico instável.

O bom desempenho do setor financeiro ocorre apesar das dúvidas fiscais. Investidores avaliam que os bancos continuam lucrativos, mesmo com a pressão sobre o crédito. Além disso, as ações estão descontadas, o que atrai interesse de fundos e estrangeiros.

Por outro lado, Petrobras (PETR4) caiu 0,19%. A leve baixa reflete tanto a oscilação no preço do petróleo quanto o ambiente político mais tenso no Brasil. A estatal continua sob escrutínio do mercado, principalmente em relação à política de preços e eventuais interferências do governo.

Dólar recua com menor aversão ao risco

O alívio do câmbio nesta sessão foi bem recebido. A queda de 0,45% no dólar, que fechou em R$ 5,56, veio após uma sequência de sessões voláteis. A moeda norte-americana chegou a se aproximar de R$ 5,60 na semana anterior, com investidores reagindo às tensões políticas e à ameaça do tarifaço de Donald Trump.

Mesmo com o cenário externo desafiador, o mercado viu sinais de estabilização no curto prazo. Ainda assim, há grande expectativa em torno do dia 1º de agosto, data em que o tarifaço pode ser efetivado. Caso a sobretaxa se confirme, o impacto sobre o câmbio poderá ser imediato.

No entanto, parte dos analistas acredita que Trump pode voltar atrás, como já fez com outros países. Essa possibilidade reduz a pressão sobre o real, ao menos temporariamente. Enquanto isso, o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos continua atraente para operações de carry trade.

Ainda assim, a oscilação da taxa de câmbio permanece sensível ao noticiário político. Qualquer sinal de deterioração institucional ou retórica inflamada pode acelerar a saída de capitais e empurrar o dólar para cima novamente.

Juros futuros operam de forma mista

No mercado de juros, os DIs apresentaram desempenho misto. Investidores seguem atentos à condução da política monetária do Banco Central, ao ambiente fiscal e às incertezas externas. A curva de juros segue pressionada nas pontas longas, enquanto os vencimentos mais curtos permanecem relativamente estáveis.

A Selic, hoje em 15% ao ano, mantém o Brasil atrativo para investidores internacionais, o que ajuda a conter um movimento mais agressivo na curva. Porém, o cenário global, incluindo a postura do Fed nos Estados Unidos, ainda pode provocar reprecificações nos próximos meses.

Além disso, a instabilidade fiscal interna limita o espaço para cortes de juros mais expressivos. O governo Lula enfrenta dificuldades para apresentar uma âncora fiscal crível, o que aumenta o prêmio de risco embutido nos ativos de renda fixa.

No radar do mercado estão os próximos dados de inflação e os desdobramentos da crise comercial com os EUA. Esses fatores serão decisivos para calibrar as expectativas em torno do Copom e da dinâmica da curva de juros nos próximos pregões.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.