
- Ibovespa avança 0,18%, aos 132.367,82 pontos
- Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) sustentam o índice no azul
- Bancos operam de forma mista com foco em balanços e cenário fiscal
O Ibovespa encerrou o pregão desta terça-feira (29) com leve alta de 0,18%, aos 132.367,82 pontos. O principal índice da B3 oscilou entre ganhos modestos e movimentos de cautela, em meio a incertezas fiscais e à espera de definições sobre a política monetária global.
Com apoio das ações da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR4), o mercado acionário brasileiro seguiu o clima positivo vindo do exterior. No entanto, o avanço tímido reflete também a hesitação dos investidores diante das pressões inflacionárias e do comportamento dos juros.
Commodities impulsionam Vale e Petrobras
As ações da Vale (VALE3) subiram 0,49% e puxaram o Ibovespa para o campo positivo. A valorização do minério de ferro na China deu novo fôlego ao papel, que vinha oscilando com as incertezas sobre a demanda global. Além disso, analistas reforçaram recomendações de compra para o ativo, com base no bom desempenho da companhia no segundo trimestre.
Já a Petrobras (PETR4) avançou 0,25%, influenciada pela alta do petróleo Brent no mercado internacional. A commodity teve leve recuperação após quedas recentes, o que atraiu novamente os investidores para os papéis da estatal. Apesar das preocupações com a política de preços da empresa, o apelo das distribuições de dividendos continua sendo um fator de atração.
O desempenho das duas gigantes compensou a instabilidade de outros setores, especialmente os mais sensíveis ao ambiente de juros altos. Com isso, o índice conseguiu se manter no azul ao longo do dia, embora com variações limitadas.
Bancos operam sem direção única
O setor bancário teve desempenho misto. Itaú (ITUB4) fechou com leve alta de 0,09%, enquanto o Santander (SANB11) avançou 0,34%. Já o Banco do Brasil (BBAS3) subiu 0,30%, refletindo expectativas positivas com relação aos dividendos. Por outro lado, o Bradesco (BBDC4) recuou 0,13%, pressionado por revisões em projeções de lucros.
Apesar de não haver uma tendência clara, o setor bancário segue no radar do mercado. Investidores acompanham os desdobramentos da reforma tributária e os efeitos da política monetária sobre o crédito. A expectativa é de que, com juros mais estáveis, o setor possa melhorar sua performance nos próximos trimestres.
Os balanços do segundo trimestre, que ainda estão sendo digeridos, também influenciam a volatilidade dos papéis bancários. As instituições que apresentaram melhores resultados tendem a ganhar tração nos próximos dias, caso o cenário externo não se deteriore.
Mercados internacionais favorecem clima positivo
No exterior, o clima foi levemente positivo. O índice futuro Dow Jones subiu 0,07%, o S&P 500 avançou 0,20% e a Nasdaq ganhou 0,41%. Esses movimentos refletem a resiliência do mercado americano, mesmo diante das incertezas sobre os próximos passos do Federal Reserve.
Os investidores seguem atentos às falas de dirigentes do Fed e aos dados de inflação. Apesar do ambiente mais calmo nos últimos dias, o risco de uma nova alta de juros ainda pesa sobre os ativos de risco. A desaceleração econômica na Europa também adiciona um tom de cautela nos portfólios globais.
A performance das bolsas internacionais influenciou positivamente o humor local, embora o volume de negociações na B3 tenha permanecido abaixo da média. A cautela predomina, mas há espaço para otimismo, sobretudo com o alívio vindo das commodities.
Dólar e juros futuros oscilam com incertezas fiscais
O dólar comercial encerrou o dia com alta de 0,10%, cotado a R$ 5,59. A moeda americana oscilou durante o pregão, refletindo as preocupações com o cenário fiscal brasileiro e a expectativa em relação à decisão do Banco Central sobre a taxa Selic.
Os juros futuros (DIs) operaram de forma mista. Enquanto os vencimentos de curto prazo ficaram estáveis, os de médio e longo prazo registraram leves ajustes. O movimento indica que o mercado ainda vê risco no horizonte fiscal, embora acredite que o ciclo de cortes de juros continuará.
Mesmo com a melhora pontual no mercado externo, o cenário doméstico ainda exige atenção. A dinâmica da dívida pública e os próximos passos do governo em relação ao novo arcabouço fiscal serão determinantes para a direção dos juros e da moeda.