Bolsa impulsionada

Fechamento: Ibovespa sobe com VALE3 e varejo, enquanto dólar oscila de olho em tarifas dos EUA

Alta do minério impulsiona ações da Vale, varejistas avançam e investidores monitoram tensões entre Brasil, EUA e China.

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Fechamento: Ibovespa sobe com VALE3 e varejo, enquanto dólar oscila de olho em tarifas dos EUA
  • Ibovespa sobe aos 134,7 mil pontos puxado por VALE3, PETR4 e ações de varejo
  • Dólar fecha praticamente estável, mas mercado monitora tensões sobre tarifas de Trump
  • Juros futuros recuam e liquidez permanece baixa em meio a incertezas no cenário externo

O Ibovespa avançou nesta terça-feira (22), impulsionado por papéis ligados às commodities e ao consumo interno. A alta das ações da Vale (VALE3), junto ao bom desempenho de Petrobras (PETR4) e varejistas, garantiu fôlego ao índice em meio a uma agenda esvaziada.

Já o dólar comercial oscilou em margens estreitas e fechou praticamente estável, com investidores à espera de definições sobre a política tarifária dos Estados Unidos. A liquidez foi reduzida e o mercado operou de forma cautelosa ao longo do dia.

Minério puxa VALE3 e dá tração ao Ibovespa

O principal destaque da sessão foi a valorização das ações da Vale, que subiram cerca de 3%, acompanhando a quinta alta consecutiva do minério de ferro no exterior. O avanço da commodity foi impulsionado por notícias de um novo projeto hidrelétrico anunciado por Pequim, que animou os mercados asiáticos e gerou otimismo com o crescimento da demanda por aço.

Além da Vale, os papéis da Petrobras também registraram alta, favorecidos pela estabilidade nos preços do petróleo e pela melhora do humor externo. O cenário beneficiou o Ibovespa, que encerrou o dia nos 134,7 mil pontos, com ganhos consistentes em vários setores.

Por fim, no varejo, empresas como Magazine Luiza, Via e Arezzo tiveram desempenhos positivos, refletindo um movimento de rotação de carteiras em direção a ações mais descontadas. Com isso, o índice encontrou sustentação mesmo com o baixo volume negociado.

Dólar oscila e fecha estável à espera de decisões

O dólar à vista teve leve variação ao longo do dia e fechou com alta marginal de 0,04%, a R$ 5,5671. O movimento refletiu a cautela dos investidores diante da falta de novos gatilhos relevantes. O mercado segue atento ao prazo de 12 de agosto, quando os Estados Unidos podem elevar tarifas sobre produtos brasileiros em 50%.

Ademais, segundo o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, uma reunião com representantes da China deve ocorrer na próxima semana, possivelmente em Estocolmo. O encontro pode resultar na prorrogação do prazo para adoção das tarifas, o que reduziu temporariamente o estresse nos mercados.

Portanto, no Brasil, a cotação do dólar comercial se manteve dentro de margens estreitas. Na B3, o dólar futuro com vencimento em agosto recuava 0,09%, cotado a R$ 5,5790 às 17h03. Já o dólar turismo era negociado entre R$ 5,62 (compra) e R$ 5,80 (venda), refletindo o impacto do câmbio em viagens e consumo no exterior.

Brasília em alerta: tarifa dos EUA e crise política no radar

Enquanto o mercado cambial monitora os sinais de Washington, os investidores também mantêm o foco na capital brasileira. A tensão entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos aumenta com a aproximação da data da tarifa de 50% anunciada por Donald Trump sobre produtos brasileiros.

Além disso, no plano político, a crise envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro voltou aos holofotes. O ministro do STF Alexandre de Moraes determinou que Bolsonaro, por meio de seus advogados, se manifeste em até 24 horas sobre suposto descumprimento de medidas cautelares impostas na semana passada.

Desse modo, esse cenário de instabilidade contribui para o compasso de espera do mercado. Portanto, embora o Ibovespa tenha subido, a leitura geral ainda é de cautela, com poucos investidores dispostos a assumir riscos até que o panorama internacional fique mais claro.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.