
- O Ibovespa sobe aos 126,8 mil pontos, impulsionado pelo avanço de 0,4% do IBC-Br e inflação de 0,56% em março, ambos em linha ou acima das expectativas
- O dólar comercial recua para R$ 5,86 com menor demanda por proteção, enquanto os juros futuros caem diante do alívio inflacionário e recuperação econômica
- Varejistas, frigoríficos e grandes bancos iniciam o dia com valorização, refletindo otimismo com o cenário interno e menor pressão do câmbio
O Ibovespa iniciou esta sexta-feira (11) com leve valorização, impulsionado por dados econômicos positivos no Brasil e uma leve trégua na tensão entre Estados Unidos e China. Às 10h22, o principal índice da Bolsa brasileira operava em alta de 0,34%, aos 126.784 pontos.
O dólar comercial recuava para R$ 5,86, enquanto os juros futuros apresentavam queda em todos os vencimentos, refletindo uma combinação de alívio externo e indicadores internos.
Entre os destaques da manhã, o IBGE divulgou que o IPCA — índice oficial de inflação — subiu 0,56% em março, resultado em linha com o esperado pelo mercado. Já o Banco Central informou que o IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, avançou 0,4% em fevereiro, superando a projeção mediana de 0,15% colhida pela Reuters. Esses números animaram os investidores, sugerindo uma economia em recuperação com inflação sob controle.
Varejo e frigoríficos lideram ganhos da manhã
O setor varejista começou o dia com forte desempenho. As ações da Casas Bahia (BHIA3) subiram 3,19%, enquanto C&A (CEAB3) avançou 2,05% e Magazine Luiza (MGLU3) ganhou 1,27%. O movimento reflete o otimismo dos investidores com os dados de inflação e atividade, que podem indicar um ambiente mais favorável ao consumo nos próximos meses.
Frigoríficos também operaram em alta, com destaque para Minerva (BEEF3), que avançou 0,88%. As ações da BRF (BRFS3) e JBS (JBSS3) subiram 0,29% e 0,14%, respectivamente, enquanto Marfrig (MRFG3) teve alta de 0,65%.
O desempenho reflete expectativas positivas para as exportações do setor, beneficiadas por câmbio mais favorável e possível aumento da demanda externa.
Entre os supermercadistas, Assaí (ASAI3) subiu 1,22%, seguido por Pão de Açúcar (PCAR3), com 1,08%. Carrefour (CRFB3) e Grupo Mateus (GMAT3) também registraram ganhos de 0,12% e 0,40%, respectivamente. O setor responde bem ao recuo dos juros futuros e à percepção de maior estabilidade nos preços.
Dólar enfraquece e juros futuros recuam
O dólar à vista caiu 1,23% na abertura, negociado a R$ 5,826 na compra e R$ 5,827 na venda. Na B3, o dólar futuro com vencimento em maio recuava 0,85%, cotado a 5.849 pontos.
O enfraquecimento da moeda americana acontece em meio à crescente percepção de que sua posição como ativo de proteção pode perder força, especialmente após os últimos desdobramentos da guerra tarifária entre China e Estados Unidos.
A China elevou de 84% para 125% as tarifas sobre produtos norte-americanos, em retaliação às medidas adotadas pelo presidente Joe Biden — que manteve tarifas efetivas de 145% sobre importações chinesas. Esse cenário de incerteza reduz o apelo do dólar como porto seguro e favorece moedas de países emergentes, como o real.
Os juros futuros, por sua vez, acompanharam o movimento de alívio. Os contratos com vencimento em janeiro de 2026 caíram 8 pontos-base, enquanto os de 2028 recuaram 6 pontos.
O mercado reagiu positivamente aos dados de inflação controlada e à leitura acima do esperado para a atividade econômica. Assim, o que dá espaço para a manutenção do ciclo de queda da Selic.
Ações de blue chips sobem e sustentam o Ibovespa
Entre as grandes empresas da Bolsa, Petrobras (PETR3; PETR4) abriu o dia com alta de 0,54%, impulsionada pelo petróleo Brent, que se estabilizou acima dos US$ 90 o barril.
Vale (VALE3) oscilou nos primeiros minutos, mas virou para alta de 0,04%, a R$ 52,80. A mineradora é sensível ao cenário externo, especialmente às tensões entre China e EUA, por seu peso nas exportações de minério de ferro.
Os grandes bancos também abriram em alta moderada. Banco do Brasil (BBAS3) subia 0,18%, Bradesco (BBDC4) ganhava 0,48%, Itaú (ITUB4) avançava 0,09% e Santander (SANB11) registrava alta de 0,76%. O setor bancário tende a se beneficiar da queda nas expectativas de juros e da retomada da atividade econômica.
Eletrobras (ELET3; ELET6) também operava em alta, subindo 0,94% e 0,29%, respectivamente. A companhia segue no radar dos investidores após a divulgação de sua carta aos acionistas sobre a importância da AGE marcada para o fim do mês.
Com esse cenário, o Ibovespa se mantém em trajetória positiva, ainda que pressionado por incertezas externas. O mercado, portanto, monitora com atenção os próximos passos da política monetária dos EUA. Além dos impactos da guerra tarifária no comércio global.
Confira abaixo os resultados das principais ações: