
- Blue chips voltam a liderar o Ibovespa, com destaque para bancos, Petrobras e Vale.
- Cenário externo mais tranquilo e sinalizações fiscais positivas ajudaram no apetite por risco.
- Dólar recuou e juros oscilaram, com investidores atentos a medidas do governo.
O Ibovespa abriu em alta de 0,76% nesta quarta-feira (6), aos 134.162,70 pontos, embalado pela valorização das ações de grandes bancos, Petrobras e Vale. Após semanas marcadas por tensões fiscais e tarifárias, o mercado esboçou uma recuperação sólida, em linha com o otimismo vindo do exterior.
Assim, com um ambiente internacional mais calmo e expectativa por novos estímulos do governo, investidores voltaram a se posicionar em blue chips. Desse modo, o dólar comercial recuou 0,27%, cotado a R$ 5,49, enquanto os juros futuros (DIs) apresentaram comportamento misto ao longo do pregão.
Bancos puxam rali com Itaú e Banco do Brasil
As ações do setor bancário lideraram os ganhos do dia, com destaque para o Itaú (ITUB4), que avançou 2,16%. A alta veio na esteira da divulgação dos resultados trimestrais, que trouxeram um retorno sobre o patrimônio (ROE) de 23,3%, acima das expectativas do mercado.
Além do desempenho operacional, analistas apontam que o banco conseguiu elevar seu guidance, sinalizando um “carrego positivo” para os próximos trimestres. Ademais, Banco do Brasil (BBAS3) também teve bom desempenho, subindo 1,13%, seguido por Santander (SANB11), com +0,97%, e Bradesco (BBDC4), que avançou 0,57%.
Portanto, investidores demonstraram apetite renovado por papéis de grandes bancos diante de uma possível acomodação das incertezas fiscais e da retomada do crédito em setores específicos da economia.
Petrobras e Vale sustentam otimismo no índice
Papéis da Petrobras (PETR4) subiram 1,21% e os da Vale (VALE3), 0,76%, contribuindo diretamente para o desempenho positivo do Ibovespa. No caso da estatal, a valorização refletiu a expectativa de manutenção de dividendos robustos, mesmo diante da queda do petróleo nos últimos dias.
Além disso, a Vale, por sua vez, acompanhou a recuperação do minério de ferro no mercado internacional e a sinalização de novos estímulos à infraestrutura na China. Esses fatores sustentam projeções otimistas para a demanda global no curto prazo, o que tende a beneficiar as exportadoras brasileiras.
Desse modo, apesar da volatilidade externa, ambas as empresas mantêm fundamentos sólidos, segundo analistas, e seguem como porto seguro dentro do índice em momentos de incerteza.
Nova sinalização fiscal reduz aversão ao risco
O bom humor do dia também foi influenciado por declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o envio de medidas de apoio ao setor produtivo após o tarifaço dos EUA. Ademais, segundo o ministro, o pacote incluirá crédito e compras públicas, podendo gerar alívio no mercado.
Além disso, a aproximação diplomática com os EUA, marcada por uma reunião entre Haddad e o secretário do Tesouro, Scott Bessent, na próxima semana, trouxe esperanças de distensão. Logo, esse cenário favoreceu a queda do dólar e reduziu a aversão ao risco dos investidores estrangeiros.
Por fim, no exterior as bolsas americanas operaram em alta: Dow Jones subiu 0,30%, S&P500 avançou 0,20% e Nasdaq ganhou 0,20%. Esse movimento ajudou a manter o fluxo comprador no Brasil e sustentou os ganhos no pregão.