Bolso atento

Inflação surpreende e vem mais fraca que o previsto em julho

IPCA desacelera para 0,26% no mês e fica abaixo das projeções, mas ainda supera meta do Banco Central no acumulado de 12 meses.

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  • IPCA sobe 0,26% em julho e fica abaixo das projeções de mercado
  • Energia elétrica e passagens aéreas pressionam, enquanto alimentos e combustíveis aliviam índice
  • Inflação acumulada em 12 meses chega a 5,23%, acima do teto da meta do Banco Central

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,26% em julho, abaixo da expectativa de 0,37% do mercado, segundo dados divulgados nesta terça-feira (12) pelo IBGE. No acumulado de 2025, a inflação atinge 3,26% e, em 12 meses, soma 5,23%.

Mesmo com o resultado mais moderado, a inflação segue acima da meta de até 4,5% estipulada pelo Banco Central. A energia elétrica residencial voltou a liderar as pressões, enquanto alimentos e bebidas recuaram pelo segundo mês seguido.

Energia e habitação puxam alta

A energia elétrica teve o maior impacto individual no índice, com contribuição de 0,12 ponto percentual, acumulando alta de 10,18% no ano, o maior avanço para o período desde 2018. O resultado foi influenciado pela manutenção da bandeira tarifária vermelha patamar 1 e reajustes em concessionárias de São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. Sem o item, o IPCA teria ficado em 0,15%.

O grupo Habitação avançou 0,91%, impactando o índice em 0,14 p.p., devido também a reajustes na taxa de água e esgoto em Salvador, Brasília e Rio Branco. Esses aumentos reforçaram o peso dos custos básicos no resultado mensal.

Transportes registraram alta de 0,35%, puxados por passagens aéreas, que subiram 19,92% e responderam por 0,10 p.p. do índice geral. Mudanças tarifárias no transporte público em Brasília, Belém e Curitiba também contribuíram para a alta do grupo.

Itens que aliviaram o índice

Os combustíveis caíram 0,64% em julho, com recuos no etanol, diesel, gasolina e gás veicular. A queda ajudou a conter a pressão no grupo Transportes, que havia avançado 0,27% no mês anterior.

Além disso, o grupo Alimentação e Bebidas recuou 0,27%, segunda queda seguida, influenciado por fortes reduções em batata-inglesa (-20,27%), cebola (-13,26%) e arroz (-2,89%). A alimentação fora do domicílio, no entanto, acelerou de 0,46% para 0,87%, impulsionada pelas férias escolares.

Desse modo, o vestuário apresentou queda de 0,54%, com recuos tanto em roupas femininas quanto masculinas, reforçando a tendência de desaceleração de preços no setor.

Diferenças regionais e INPC

Entre as regiões pesquisadas, São Paulo registrou a maior variação, de 0,46%, influenciada pela energia elétrica e pelas passagens aéreas. Campo Grande teve deflação de 0,19%, refletindo a queda de preços na batata-inglesa e na energia elétrica.

Ademais, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 0,21% em julho, acumulando 3,30% no ano e 5,13% em 12 meses. O indicador é usado como referência para reajustes salariais e benefícios previdenciários.

Por fim, segundo o IBGE, a desaceleração do IPCA em julho reforça o papel da energia como fator central na dinâmica de preços, mas o nível atual da inflação ainda exige atenção, já que permanece acima do teto da meta do Banco Central.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.