
Os acionistas da Infracommerce (IFCM3) decidem, em Assembleia-Geral Extraordinária (AGE), na próxima segunda-feira (30) sobre a proposta de grupamento de ações na proporção de 15 para 1, aprovada pelo conselho de administração da companhia.
A medida pode trazer impacto para os investidores, que serão detalhados nas linhas a seguir:
Agrupamento da Infracommerce gera diluição para o acionista?
Não, o grupamento de ações não gera diluição para o acionista. Entenda por quê:
O grupamento é uma alteração na proporção das ações, e não no valor total do capital social nem na participação proporcional dos acionistas. Ou seja:
- Se você tinha 150 ações antes do grupamento de 15 para 1, após o grupamento você terá 10 ações;
- Mas essas 10 ações valerão, cada uma, 15 vezes mais (em teoria), mantendo o mesmo valor total do investimento.
A diluição acontece quando:
- A empresa emite novas ações sem que o acionista acompanhe a subscrição;
- Ou há bonificações/desdobramentos desiguais, o que não é o caso aqui.
Por que isso está acontecendo?
O principal motivo do grupamento é uma exigência da B3, que determina que as ações listadas na bolsa não podem ser negociadas por menos de R$ 1,00 por papel.
Com o preço das ações da Infracommerce abaixo desse piso há semanas, o grupamento surge como uma solução técnica para ajustar a cotação sem alterar, de fato, o valor total do investimento de cada acionista.
Atualmente, as ações da companhia estão cotadas a R$ 0,50.
Como o grupamento funciona?
Na prática, cada 15 ações atuais da IFCM3 serão agrupadas em uma única nova ação.
Ou seja, um investidor que hoje detém 1.500 ações, passará a ter 100 ações após o grupamento. O valor total investido não muda, apenas a quantidade de papéis e o preço unitário.
E as frações de ações da Infracommerce?
Os investidores terão 30 dias após a aprovação para ajustar suas posições e evitar ficar com “sobras” — ou seja, com frações de ações que não formem um múltiplo de 15.
As frações restantes serão agrupadas pela empresa e vendidas em leilão na B3, e o valor correspondente será repassado proporcionalmente aos acionistas.
Como impacta os acionistas?
- Liquidez: no curto prazo, o grupamento pode reduzir a liquidez das ações, já que o número de papéis em circulação diminui.
- Percepção de valor: apesar de ser apenas uma mudança técnica, alguns investidores podem interpretar o grupamento como sinal de fragilidade do papel, o que pode influenciar o comportamento do mercado no pós-evento.
- Rebalanceamento de carteiras: investidores com estratégias quantitativas ou com restrições de lotes mínimos devem revisar suas posições para evitar exposição desproporcional ou perda de controle sobre frações.
- Oportunidade: para alguns investidores, o grupamento pode representar uma chance de entrada, especialmente se a medida vier acompanhada de uma reestruturação operacional ou plano estratégico mais robusto por parte da companhia.