
- Importados chineses cresceram até 52% em 2025, pressionando varejo e indústria
- Magazine Luiza, Renner, Casas Bahia e Intelbras estão entre as mais vulneráveis
- Fras-le e Randon mostram que inovação pode ser saída para preservar margens
O avanço dos produtos chineses no mercado brasileiro de eletroeletrônicos e autopeças está mudando o equilíbrio competitivo. Dados da FGV apontam que, apenas entre janeiro e maio de 2025, as importações de secadores de cabelo cresceram 52%, micro-ondas 40% e smartphones 18%.
Esse movimento, impulsionado pela guerra comercial entre EUA e China, pressiona varejistas como Magazine Luiza (MGLU3), Casas Bahia (BHIA3) e Renner (LREN3), além de empresas industriais como Tupy (TUPY3), Fras-le (FRAS3), Randon (RAPT4) e Intelbras (INTB3).
Pressão no varejo
O consumidor brasileiro, sensível a preço, encontra nos importados opções mais baratas em itens de linha branca e eletroportáteis. Isso força varejistas a adotarem estratégias agressivas de preço e promoções constantes, o que pode reduzir margens e comprometer a rentabilidade.
Além disso, especialistas apontam que, para não perder mercado, empresas nacionais precisam apostar em serviços, logística e fidelização. Um exemplo é o acordo entre Magazine Luiza e AliExpress para ampliar o alcance em vendas internacionais.
Ainda assim, os números mostram fragilidade: em 12 meses, Renner caiu 12,06% e Casas Bahia 12,64%, enquanto o Magalu subiu apenas 11,63%.
Autopeças e tecnologia
Na indústria de autopeças, o impacto chinês é mais forte em itens básicos e de reposição. Empresas como Tupy e Intelbras sofrem com preços internacionais mais baixos, o que se reflete nas quedas de 44,29% e 39,62% em seus papéis.
Por outro lado, quem aposta em produtos de maior valor agregado consegue resistir. Frasle avançou 11,76% e Randon disparou 42,02%, beneficiadas por contratos estratégicos e soluções diferenciadas.
Portanto, a recomendação dos analistas é clara: para sobreviver, a indústria precisa investir em inovação, tecnologia e serviços sob medida.
Impacto para investidores
O cenário traz desafios imediatos para acionistas. Setores de varejo e autopeças, já pressionados por crédito caro e endividamento das famílias, enfrentam uma concorrência internacional cada vez mais agressiva.
Ademais, analistas destacam que companhias que conseguirem se adaptar, com logística eficiente, tecnologia e diferenciação em serviços, tendem a preservar valor de mercado.
Por fim, empresas mais expostas ao preço devem sofrer com perda de competitividade e queda nas ações.