
- IFIX sobe 15,3% no ano e mantém atratividade mesmo com juros elevados
- Crescimento de cotistas desacelera para 3%, refletindo migração para renda fixa
- Captação de R$ 42,9 bilhões se aproxima de 2024, mas segue abaixo do pico histórico
O mercado de fundos imobiliários vive um momento de freio. Mesmo com retornos acima da renda fixa em diversos segmentos, a base de investidores cresce no ritmo mais lento desde a popularização da classe no país.
Entre janeiro e outubro, os FIIs ganharam apenas 3% de novos cotistas, frustrando a expectativa de alcançar a marca simbólica de 3 milhões de investidores em 2025.
Crescimento trava e mostra mudança de comportamento
O salto visto entre 2019 e 2023 perdeu força conforme a renda fixa ganhou atratividade. Embora o número de investidores ainda aumente, o ritmo fica distante dos anos em que a Selic estava baixa.
A base saiu de 2,785 milhões em 2024 para 2,87 milhões em outubro de 2025, avanço considerado tímido pelos gestores.
Segundo especialistas, essa desaceleração reflete um investidor mais seletivo. A busca por segurança, liquidez e retornos contratados afastou parte do varejo que impulsionou a explosão da classe no passado recente.
Entretanto, gestores afirmam que o setor vive uma fase mais madura. Ainda que a entrada seja menor, a base segue consistente, mesmo em um ambiente de Selic a 15% ao ano.
Renda fixa domina e pressiona captação
O movimento dos investidores também se reflete na captação. Em 2025, o setor levantou R$ 42,9 bilhões, valor próximo dos R$ 44,6 bilhões de 2024, porém distante do auge de R$ 52,2 bilhões em 2021.
O ciclo de juros altos redefiniu a lógica de risco e retorno. Com títulos públicos pagando rendimentos elevados e com liquidez, muitos investidores preferiram alternativas mais conservadoras.
Ao mesmo tempo, LCIs, LCAs, CRIs, CRAs e debêntures incentivadas ganharam força graças à isenção de IR, ampliando a concorrência.
IFIX surpreende e mantém brilho dos fundos
Apesar da perda de fôlego no número de cotistas, o IFIX acumula alta de 15,3% no ano até outubro, impulsionado pela recuperação de preços e pela expectativa de queda dos juros em 2026.
Fundos de shoppings (+19%), galpões logísticos (+17,6%) e renda urbana (+15,8%) lideram os ganhos. Já os fundos de CRI entregam o menor retorno, com cerca de 14%.
Com o avanço operacional dos fundos de tijolo e a queda da vacância, analistas reforçam que a classe ainda apresenta bom potencial de valorização. O setor também segue beneficiado pela isenção de imposto sobre dividendos, preservada após a pressão contra a MP 1303.