
- Área técnica apontou falhas de diligência e vários alertas ignorados
- CVM aprova acordo e encerra processo contra ex-conselheiros do IRB
- Sete envolvidos pagarão R$ 500 mil cada, apesar das divergências internas
A CVM aprovou o acordo com sete ex-conselheiros do IRB Brasil (IRBR3) e encerrou o processo que investigava a falta de diligência no episódio das demonstrações financeiras de 2019. O caso ganhou força depois das denúncias da Squadra, que apontou inconsistências graves nos registros da companhia.
Os envolvidos pagarão R$ 500 mil cada, e essa decisão dividiu a autarquia, já que parte da área técnica defendia punição mais dura. Ainda assim, o colegiado entendeu que o acordo era suficiente, principalmente porque o processo já reunia vários sinais de alerta ignorados pelos conselheiros.
Decisão divide a CVM e expõe divergências internas
Os acusados são Alexsandro Broedel, Pedro Guimarães, Werner Süffert, Marcos Rocha, Maria Elena Bidino, Roberto Dagnoni e Vinicius Albernaz.
O presidente interino Otto Lobo e o diretor João Accioly votaram pela aprovação do acordo. Já Thiago Paiva Chaves, que substituiu a diretora impedida Marina Copola, votou contra, reforçando a discordância interna.
O comitê de termo de compromisso havia sugerido rejeição, porque considerava a conduta grave e via diferença relevante entre o valor proposto e casos semelhantes.
Ainda assim, o colegiado avançou com a aprovação, já que parte da autarquia avaliou que não havia elementos para provar participação direta dos conselheiros nas irregularidades.
Falhas de diligência permanecem no centro do caso
A área técnica concluiu que os conselheiros não participaram das irregularidades, porém deixou claro que eles ignoraram diversos sinais de alerta.
Entre eles estavam as cartas da Squadra, a intensificação da fiscalização e o aumento do short no papel. Além disso, analistas já questionavam os números do IRB e demonstravam preocupação com as inconsistências.
O órgão também citou um voto antigo do próprio Broedel, no qual ele defendia que conselheiros devem atuar com vigilância constante, análise crítica e controles eficientes.
A referência reforçou o argumento de que houve falhas claras de diligência no episódio.