
As conversas entre os irmãos Joesley e Wesley Batista — controladores do conglomerado J&F Investimentos, dono da gigante da carne JBS (JBSS3) — e o Banco Master chegaram ao fim.
Segundo apuração da Bloomberg, fontes próximas às tratativas confirmaram que a J&F desistiu de adquirir ativos da instituição financeira, citando riscos excessivos diante do cenário conturbado que envolve o banco.
O recuo acontece em meio as crescentes preocupações sobre a estabilidade financeira do Master, controlado por Daniel Vorcaro.
A instituição tem sido alvo de intensa atenção do mercado e do Banco Central (BC) desde que anunciou uma possível venda ao Banco de Brasília (BSLI4).
Nesse sentido, a transação levantou alertas sobre potenciais déficits de liquidez que, segundo analistas, podem exigir uma intervenção de maior escala por parte das autoridades reguladoras.
Entre os ativos discutidos nas negociações estavam uma fatia na mineradora Itaminas, mas a J&F concluiu que a operação oferecia mais riscos do que oportunidades. “A avaliação foi de que a incerteza regulatória e a falta de clareza sobre como os problemas de liquidez seriam resolvidos tornavam o negócio impraticável”, disse uma das fontes, sob condição de anonimato.
Diante da desistência dos Batistas, os ativos anteriormente negociados devem ser oferecidos de forma separada a outros interessados, em vez de serem vendidos em um único pacote, afirmam pessoas a par do assunto.
Enquanto isso, o Banco Master busca alternativas para lidar com sua situação financeira.
Recentemente, a instituição solicitou formalmente uma linha de crédito ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC), numa tentativa de aliviar a pressão sobre sua dívida e ganhar fôlego nas negociações com o BRB.
O pedido deve, segundo fontes, prorrogar o prazo para que o Banco Central analise a operação de venda.
Tanto o Banco Master quanto a J&F se recusaram a comentar oficialmente o fim das negociações. O FGC e o Banco Central — agora sob a liderança de Gabriel Galípolo — também não responderam de imediato aos questionamentos da imprensa.
Mesmo sem intenção de adquirir o Master, o banco BTG Pactual declarou recentemente que poderia “ajudar” na situação, embora não tenha demonstrado interesse proativo na compra, conforme afirmou seu CFO.
As informações são da Bloomberg News.