Retorno ao acionista

Itaú surpreende e dispara com dividendo extra bilionário; mercado reage forte ao ITUB4

Banco antecipa distribuição histórica, anima investidores e reforça estratégia de liberar capital diante do risco de tributação de dividendos.

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Crédito: Depositphotos
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  • Analistas veem movimento antecipado como resposta ao risco de tributação e sinal de confiança.
  • Itaú anuncia dividendo extraordinário de R$ 20 bilhões e entusiasma o mercado.
  • Retorno total ao acionista em 2025 pode chegar a R$ 35,9 bilhões, com payout aproximado de 79%.

O Itaú Unibanco (ITUB4) sacudiu o mercado financeiro ao anunciar um dividendo extraordinário de R$ 20 bilhões, muito antes do período tradicional, elevando as projeções de retorno ao acionista em 2025. A notícia acelerou o movimento de compra, impulsionando ITUB4 logo na abertura desta sexta-feira (28).

A decisão veio acompanhada de JCP adicionais, cancelamento de ações e reforço do compromisso da instituição em não reter capital em excesso, segundo comunicado ao mercado. Às 10h35, ITUB4 subia 2,11%, cotada a R$ 41,57.

Itaú libera pacote de R$ 26,4 bilhões e anima projeções do mercado

O banco aprovou R$ 23,4 bilhões em dividendos e JCP, além do cancelamento de 78,9 milhões de ações preferenciais, somando um retorno total de R$ 26,4 bilhões aos acionistas. O pagamento dos dividendos está marcado para 19 de dezembro de 2025, enquanto o JCP será quitado até 30 de abril de 2026.

Segundo o fato relevante, os dividendos equivalem a R$ 1,87 por ação, enquanto o JCP representa R$ 0,31 líquidos por ação. A instituição destacou que parte dos valores complementa remunerações já declaradas no ano.

Para o mercado, a decisão confirma o posicionamento do banco de ampliar a distribuição de lucros. Analistas afirmam que a combinação entre dividendos, JCP e recompra de ações fortalece a percepção de gestão eficiente e retorno sustentável ao investidor.

Estratégia antecede possível nova tributação e reforça confiança

O Goldman Sachs destacou que o anúncio antecipado pode estar relacionado ao avanço das discussões sobre tributação de dividendos no país, o que teria incentivado o banco a agilizar a distribuição em 2025. Então, a casa mantém recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 45, sugerindo potencial de alta de 10,5%.

A instituição calcula que os pagamentos elevarão o retorno total de capital do Itaú para R$ 35,9 bilhões em 2025, o que representa payout de aproximadamente 79%. Ademais, o rendimento estimado para o investidor chega a 8,2%, alinhado às expectativas do mercado.

Portanto, mesmo com o movimento robusto, o banco ainda preserva níveis sólidos de capital. O Goldman estima que o CET1 cairá cerca de 160 pontos-base, chegando a 11,9%, ainda próximo do mínimo interno de 12%.

Mercado vê decisão como sinal de força para 2026

A distribuição agressiva reforça a leitura de que o Itaú seguirá entregando resultados consistentes, mesmo em um ambiente regulatório e fiscal mais desafiador. Assim, analistas apontam que a dinâmica operacional do banco segue estável, com geração de lucro suficiente para suportar novos ciclos de remuneração.

O cancelamento de ações preferenciais também foi bem recebido, pois reduz o número de papéis em circulação e tende a aumentar o valor por ação ao longo do tempo. Além disso, esse movimento é visto como uma sinalização clara de confiança da administração.

Por fim, com ITUB4 em alta, investidores reagem de forma positiva. O mercado recalibra projeções para 2026. A estratégia do banco prioriza alto retorno e reforça sua posição como a instituição mais rentável do país.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.