
- BBAS3, ITUB4, SANB11 e BBDC4 registram altas modestas, sem grandes catalisadores
- Commodities pressionam os papéis, com petróleo em queda e incertezas sobre a política de preços da estatal
- JBSS3 lidera quedas com ruído sobre listagem nos EUA; Minerva e BRF sofrem com gripe aviária
Enquanto investidores buscavam sinais de alívio no mercado, a sessão desta segunda-feira entregou uma mistura de expectativas frustradas e ganhos discretos. Bancos subiram, mas longe de empolgar.
Gigantes como Vale e Petrobras afundaram, e o setor de proteínas viveu um dia tenso, com JBS desabando e Minerva sofrendo com o fantasma da gripe aviária. Em contrapartida, Braskem e Azul decolaram, cada uma por razões distintas, e a Zamp derreteu após especulações que movimentaram fortemente a ação na última sexta-feira.
Os bancos lideraram os ganhos com o pé no freio. Banco do Brasil (BBAS3) subiu 1,02%, enquanto o Itaú Unibanco (ITUB4) avançou apenas 0,21%. O Santander (SANB11) ganhou 0,90% e o Bradesco (BBDC4) oscilou, mas encerrou com valorização de 0,51%. Apesar da direção positiva, os números não animaram quem esperava movimentos mais firmes diante de uma janela mais calma no cenário macroeconômico.
As gigantes da Bolsa
A história foi diferente entre as gigantes. A Vale (VALE3) recuou 0,57%, refletindo a cautela dos investidores com o minério de ferro e a falta de novos gatilhos positivos. A Petrobras (PETR4) caiu 0,32%, pressionada pela queda no preço internacional do petróleo e por novos sinais de que a estatal poderá reduzir novamente os preços dos combustíveis. A política de preços da companhia voltou a assombrar parte do mercado, que teme o impacto sobre a lucratividade da empresa.
O setor de proteínas, por sua vez, sofreu com a incerteza sobre os efeitos da gripe aviária. A Minerva (BEEF3) despencou 2,51%, mesmo com perspectivas de exportações mais favoráveis. A BRF (BRFS3) também recuou, com baixa de 0,51%.
A exceção foi a Marfrig (MRFG3), que subiu 1,09%, talvez refletindo uma exposição menor ao risco sanitário no momento. Mas o maior destaque negativo ficou com a JBS (JBSS3), que desabou 3,63% em meio ao ruído em torno da sua tentativa de dupla listagem nos Estados Unidos. Assim, um movimento que ainda gera insegurança entre acionistas e analistas.
No radar das altas expressivas, a Braskem (BRKM5) disparou 4,15% após a Novonor confirmar o recebimento de nova oferta do empresário Nelson Tanure, alimentando esperanças de uma reestruturação acionária. A Azul (AZUL4) voou alto, com alta de 4,81%, mesmo após um grande banco cortar sua recomendação e emitir alertas. A resiliência da ação surpreendeu parte do mercado.
Volatilidade
Na outra ponta, a Zamp (ZAMP3), que opera o Burger King no Brasil, tombou 6,96% depois de ter subido forte na sexta-feira (23), com rumores sobre um possível fechamento de capital. A volatilidade da ação deixou investidores cautelosos sobre os próximos movimentos da empresa.
Entre os destaques da sessão, JBS (JBSS3) foi a ação mais negociada do dia, refletindo o alto grau de atenção sobre seu processo de internacionalização. O Assaí (ASAI3) liderou as altas percentuais do Ibovespa, enquanto Raízen (RAIZ4) terminou como a maior queda do pregão.