
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve seguir vendendo as ações que detém da JBS (JBSS3), segundo a agência Reuters. Recentemente, o banco anunciou um desinvestimento de cerca de 18%, no maior volume de vendas já registrado desde o início da movimentação, em abril.
O movimento partiu do BNDESPar, braço do banco que atua no mercado de capitais, ocorre em meio à forte valorização das ações da JBS. Os papéis fecharam o dia cotados a R$ 42,01, com alta de 4,79%.
Só em 2025, a ação já acumula valorização de 21%, além de uma disparada de 58% em 2024, impulsionada, principalmente, pelos avanços no plano de dupla listagem da companhia — atualmente negociada na B3, mas com proposta de abertura de capital também na Bolsa de Nova York.
Apesar da venda expressiva, o banco não pretende sair completamente da empresa num curto prazo.
As fontes da Reuters indicam que o BNDES vê a JBS como uma empresa consolidada e considera que já cumpriu seu papel como investidor estratégico.
“Com a venda de papéis você reforça o caixa, pode fazer mais investimento e desembolsos”, disse uma das fontes, acrescentando que os recursos ainda não têm destino definido.
A própria JBS confirmou em comunicado ao mercado que a participação da BNDESPar foi reduzida para 18,18% das ações ordinárias, e reforçou que o movimento não tem como objetivo alterar o controle acionário ou a estrutura administrativa da companhia.
A decisão do BNDES acontece às vésperas de uma assembleia extraordinária de acionistas, marcada para esta sexta-feira (23), na qual será deliberado o plano de listagem das ações da JBS nos Estados Unidos — um passo considerado estratégico para ampliar o acesso a capital internacional e diversificar a base de investidores.