
- JPMorgan vê trimestre sólido, mas sem gatilhos de alta relevantes para o setor.
- Nubank, Inter e Santander são os principais destaques positivos.
- Banco do Brasil e Bradesco enfrentam mais pressões operacionais no curto prazo.
O JPMorgan projeta um 3º trimestre “bom, mas não excelente” para os grandes bancos brasileiros. Segundo o relatório, a expansão da margem líquida ajustada ao risco (NIM) deve continuar, mas a qualidade dos ativos passa a ser o foco dos investidores até o fim de 2025.
A equipe de Yuri Fernandes alerta para ligeira deterioração nos empréstimos corporativos e em pequenas e médias empresas, refletindo os efeitos prolongados dos juros altos. Mesmo assim, o setor mantém resiliência operacional e inadimplência sob controle.
Panorama e preferências do JPMorgan
O banco norte-americano vê crescimento mais fraco dos empréstimos e custos de risco ligeiramente maiores, mas ainda dentro do esperado.
Entre as instituições analisadas, o JPMorgan mantém visão otimista (OW) para Nubank, Inter e Santander, enquanto Banco do Brasil, Bradesco e ABC Brasil seguem com recomendação neutra (N).
O Itaú permanece com postura equilibrada, sustentando margens saudáveis e retorno sólido sobre patrimônio. Para o Bradesco, o relatório prevê recuperação gradual da rentabilidade, ainda que com custos maiores.
Já o Banco do Brasil deve enfrentar um trimestre mais desafiador, pressionado pelo crédito rural e atrasos em programas de refinanciamento.
Destaques do trimestre
Banrisul e ABC Brasil: Resultados modestos, com ROE de 9,7% e 15,4%, respectivamente.
Nubank (ROXO34): Lucro estimado de R$ 4,03 bilhões, ROE de 30%, com forte expansão no México e melhora nas margens.
Inter (INBR32): Crescimento de 25% a 30% nos empréstimos e lucro projetado de R$ 346 milhões, ROE de 14,6%.
Itaú (ITUB4): Lucro de R$ 11,8 bilhões, ROE de 23%, sustentado por linhas de crédito para PMEs e hipotecas.
Bradesco (BBDC4): Lucro de R$ 6,2 bilhões, ROE de 14,7%, com melhora na margem de juros ajustada ao risco.
Santander (SANB11): Lucro de R$ 3,8 bilhões, ROE de 16,6%, apoiado em tarifas e controle de despesas.
Banco do Brasil (BBAS3): Lucro cortado para R$ 3,6 bilhões, ROE menor, afetado pelo agronegócio.