Mudanças

Klabin (KLBN11) mexe no alto comando e surpreende mercado com troca no financeiro

Mudança coloca Gabriela Woge como nova CFO enquanto Marcos Ivo migra para a área comercial em fase de reorganização interna.

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b2ap3 medium Funcionrios da Klabin em linha de produo de embalagens
b2ap3 medium Funcionrios da Klabin em linha de produo de embalagens
  • Mudança ocorre em meio à estratégia de desalavancagem e reorganização interna.
  • Gabriela Woge assume como nova CFO da Klabin.
  • Marcos Ivo migra para diretoria comercial de papéis.

A Klabin (KLBN11) anunciou uma troca relevante em seu comando financeiro: Gabriela Woge assume o cargo de diretora financeira (CFO), substituindo Marcos Ivo, que passa a ocupar a nova diretoria estatutária comercial de papéis. A mudança reforça a política interna de sucessão da companhia.

A transição ocorre após três anos de preparação da executiva, que já atuava como diretora de finanças corporativas e RI.

Klabin aposta em sucessão planejada

A empresa estruturou a mudança como parte de um projeto de desenvolvimento interno. Gabriela, que entrou em maio de 2022, foi preparada desde o início para assumir o comando financeiro. Ela traz experiência acumulada na BRF, Votorantim Cimentos, Kimberly-Clark, Ultra, Elektro e Monsanto. Essa trajetória reforça o perfil técnico da nova CFO em áreas de finanças, M&A e RI.

Assim, a migração de Ivo também segue o plano de rotacionar executivos por diferentes áreas. Com 16 anos na empresa e seis como CFO, ele assume a diretoria comercial de papéis, atuando ao lado de José Soares, que permanece na função. Esse alinhamento mira ampliar a presença comercial da Klabin em mercados estratégicos.

Desse modo, a fonte próxima à companhia diz que o movimento já estava definido no plano de sucessão. Essa abordagem fortalece a governança e a continuidade operacional em um ano de forte pressão financeira.

Mudança vem em meio a desalavancagem

A troca no comando ocorre enquanto a Klabin busca reduzir a alavancagem após a compra de terras e madeira da Arauco em dezembro de 2023, transação de R$ 6 bilhões. No terceiro trimestre, a dívida líquida estava em R$ 26 bilhões, com alavancagem de 3,6x EBITDA, melhor que os 3,9x registrados um ano antes. Esse recuo mostra avanço gradual na desalavancagem.

Além disso, a empresa acelerou movimentos financeiros ao longo do ano. Entre eles, a venda de terras para uma TIMO por R$ 2,7 bilhões e a alienação de participações minoritárias em duas SPEs. Essas operações reforçam o caixa e aliviam o balanço. A mudança no financeiro chega em momento crucial para manter a estratégia de redução de dívida.

Portanto, a companhia segue priorizando eficiência operacional, geração de caixa e gestão de portfólio. O novo arranjo no C-Level deve ajudar a avançar nessa agenda de forma coordenada.

Ação reflete pressão acumulada

Na B3, a Klabin vale R$ 22,3 bilhões, com queda acumulada de 21% no ano. O desempenho fraco reflete desafios do setor, custos elevados e alavancagem acima do ideal. A mudança no comando pode servir como sinal ao mercado de continuidade da estratégia de ajuste financeiro.

Ademais, a atuação comercial reforçada com a chegada de Ivo tende a apoiar iniciativas para expandir margens e fortalecer canais. Ao mesmo tempo, Gabriela deve aprofundar o trabalho de desalavancagem e disciplina de capital. Essa combinação pode influenciar expectativas ao longo dos próximos trimestres.

Por fim, a reorganização indica que a Klabin busca mais flexibilidade para atravessar a fase de balanço pressionado e ambiente competitivo intenso.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.