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Lançamento do genérico do Ozempic pode fazer esta ação brasileira disparar

Após despencar quase 30% em três meses, a Hypera (HYPE3) volta ao radar dos analistas com recomendação de compra e potencial de alta de 30%, segundo o Bradesco BBI.

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Lançamento do genérico do Ozempic pode fazer esta ação brasileira disparar
  • Bradesco BBI recomenda compra de HYPE3 e vê potencial de alta de 30%.
  • Genérico do Ozempic pode adicionar até 5% ao EBITDA até 2029.
  • Valuation descontado e melhora operacional reforçam o call positivo para 2025.

Depois de um forte selloff que derrubou as ações em quase 30% nos últimos três meses, o Bradesco BBI elevou sua recomendação para a Hypera (HYPE3) de “neutra” para “compra”, com preço-alvo de R$ 28, o que representa um upside potencial de 30% em relação à cotação atual.

O banco vê a farmacêutica barata demais para ser ignorada, mesmo considerando o impacto do novo imposto sobre o benefício fiscal de ICMS, que reduziu R$ 4 por ação na projeção de preço. Com isso, o Bradesco acredita que a empresa está subavaliada e prestes a retomar o crescimento.

Valuation atrativo e recuperação operacional

De acordo com o relatório, a Hypera negocia hoje a 7,5 vezes o lucro estimado para 2025, enquanto sua média histórica gira em torno de 11,5 vezes. Isso significa que o papel está com 35% de desconto em relação ao seu histórico.

Além da avaliação atrativa, o Bradesco destaca dois fatores adicionais que embasam a melhora na recomendação.

Primeiro, a conclusão da otimização do capital de giro, encerrada em abril deste ano, que deve trazer mais previsibilidade de caixa.

Segundo, o potencial de entrada no mercado de genéricos da semaglutida, o princípio ativo do Ozempic e do Wegovy, cuja patente expira em 2026.

Desse modo, essa combinação de fundamentos reforça a tese de que a Hypera pode reacelerar lucros e margens, especialmente no ciclo de 2025-2026.

Aposta bilionária no genérico do Ozempic

A Hypera foi a primeira empresa brasileira a protocolar o pedido de aprovação do genérico da semaglutida na Anvisa, o que deve garantir prioridade na análise.
Segundo o analista Márcio Osako, do Bradesco, a companhia poderá adicionar cerca de 5% ao seu EBITDA em 2029, assumindo uma participação de 8% nesse novo segmento.

O banco lembra que o mercado de medicamentos à base de semaglutida movimenta R$ 4,9 bilhões por ano e cresce 30% anualmente. Além disso, essa categoria representa 6% do mercado endereçável de R$ 80 bilhões da Hypera e, portanto, abre espaço para forte expansão de receita nos próximos anos.

Os principais concorrentes projetados nesse mercado são EMS, Eurofarma e Aché, mas a Hypera sai na frente por ter protocolado primeiro o pedido regulatório. Assim, caso obtenha a aprovação ainda em 2026, poderá liderar as vendas dos genéricos do Ozempic no Brasil.

Melhorias financeiras e expectativas para o 3º trimestre

O capital de giro da Hypera, como percentual da receita anualizada, caiu de 49% no segundo trimestre de 2024 para 32% no mesmo período de 2025, sem impacto no sell-out, que cresceu em linha com o mercado.

Ademais, essa redução indica maior eficiência operacional e melhor equilíbrio entre recebíveis e estoques, fator crucial para preservar liquidez em tempos de alta volatilidade.

Para o terceiro trimestre de 2025, o Bradesco projeta:

  • Crescimento de 8% no sell-out, ante 5,5% no trimestre anterior;
  • Receita 16% maior, beneficiada por uma base de comparação fraca;
  • Margem EBITDA de 33,7%, com ganho de 0,7 ponto percentual no trimestre;
  • Capital de giro estável em 32% da receita, consolidando o novo patamar.

Por fim, a Hypera, avaliada em R$ 13,6 bilhões na B3, mostra sinais de recuperação sólida, com fundamentos que chamam novamente a atenção do mercado.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.