
- Lucro do BNDES no semestre foi de R$ 13,3 bi, estável frente a 2024
- Operações com ações da JBS somaram impacto positivo de R$ 901 mi
- Carteira de crédito cresceu 13% e inadimplência caiu para 0,03%
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou nesta quinta-feira (21) um lucro líquido de R$ 13,3 bilhões no primeiro semestre de 2025. O resultado ficou estável em relação ao mesmo período do ano passado, mas contou com um reforço importante: operações envolvendo a JBS.
Em termos recorrentes, sem o impacto dessas transações extraordinárias, o banco registrou aumento de apenas 2% no lucro líquido, somando R$ 7,3 bilhões. Ou seja, sem a operação pontual, o desempenho foi mais tímido.
JBS foi o grande motor do balanço
O BNDES teve efeito positivo de R$ 901 milhões no segundo trimestre relacionado às ações da JBS.
Desse total, R$ 267 milhões vieram da venda de papéis, enquanto R$ 634 milhões foram contabilizados com a dupla listagem da companhia no Brasil e nos Estados Unidos.
A carteira de participações societárias do banco terminou junho avaliada em R$ 80,3 bilhões, abaixo dos R$ 87,6 bilhões de três meses antes.
O impacto negativo da Petrobras (-R$ 6,2 bilhões) e a alienação de ações da própria JBS (-R$ 2,5 bilhões) foram parcialmente compensados pela valorização da Copel (+R$ 1,3 bilhão).
Crédito em alta e inadimplência mínima
Na frente de crédito, o banco reportou uma carteira expandida de R$ 597,5 bilhões, crescimento de 13% em relação a 2024.
Assim, o índice de inadimplência de mais de 90 dias caiu para apenas 0,03%, um dos níveis mais baixos do setor financeiro.
Ademais, os desembolsos somaram R$ 54,6 bilhões no semestre, avanço de 11% sobre o mesmo período do ano passado.
Já as consultas por financiamento cresceram 7%, alcançando R$ 133,2 bilhões, enquanto as aprovações de empréstimos avançaram 9%, para R$ 72,8 bilhões.
Rentabilidade mostra sinais de pressão
O retorno sobre o patrimônio (ROE) do BNDES fechou o semestre em 18,8%, queda de 0,8 ponto percentual na comparação anual.
Além disso, no caso do ROE recorrente, houve recuo de 0,3 ponto, para 10,3%.
Apesar da performance positiva, especialistas alertam que a sustentabilidade dos lucros depende menos de operações extraordinárias, como a da JBS, e mais da evolução estrutural da carteira de crédito e da eficiência operacional do banco de fomento.