Balanço trimestral

Lucro da PRIO (PRIO3) despenca, mas mercado ignora o susto; entenda

Queda de 54% no lucro da petroleira no 2º trimestre de 2025 não abala otimismo de analistas; ações seguem recomendadas por grandes bancos.

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o que a prio prio3 ganha com a compra da dommo dmmo3
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  • Lucro líquido caiu para US$ 122,5 milhões, com recuo de 54% na base anual
  • Ebitda recuou 57% e margem operacional desabou para 55%
  • Mesmo com os números, JPMorgan e Itaú BBA mantêm recomendação de compra

A PRIO (PRIO3) apresentou um resultado abaixo do esperado no segundo trimestre de 2025, com forte queda no lucro e no desempenho operacional. Ainda assim, o mercado parece manter a confiança na petroleira.

Mesmo com uma retração de 54% no lucro líquido, que totalizou US$ 122,5 milhões, e uma redução de 57% no Ebitda ajustado, analistas de grandes bancos mantiveram recomendações de compra para o papel, com preço-alvo acima dos níveis atuais.

Lucro e margem em queda livre

De acordo com o balanço divulgado na noite de terça-feira (5), o lucro líquido da PRIO sofreu forte retração em relação ao mesmo período de 2024. O valor ajustado pelo IFRS-16 foi de US$ 122,5 milhões, uma queda de 54%. Esse recuo refletiu tanto a menor produção quanto a redução na margem operacional.

O Ebitda, lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, somou US$ 260 milhões, número 57% menor na base anual. A margem Ebitda, que mede a eficiência operacional da empresa, despencou 30 pontos percentuais, passando de 85% para apenas 55% no trimestre.

Apesar disso, o desempenho não surpreendeu completamente o mercado. Parte da retração já era esperada por causa de eventos operacionais pontuais, principalmente no campo de Peregrino. A parada para manutenção comprometeu parte da produção e impactou os resultados.

Adicionalmente, a empresa enfrentou custos mais elevados com logística e serviços, o que também pressionou a rentabilidade. O mercado, no entanto, continua vendo esses fatores como temporários e não estruturais.

Bancos ignoram tropeço no trimestre

Mesmo diante da forte queda nos principais indicadores financeiros, casas como JPMorgan e Itaú BBA reafirmaram visão positiva sobre a PRIO. O JPMorgan manteve a recomendação de compra e reiterou o preço-alvo de R$ 49 por ação. Já o Itaú BBA também manteve a recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 62.

Segundo os analistas, o desempenho de julho foi particularmente afetado por manutenções não recorrentes. A avaliação é que a retomada da produção e os projetos de crescimento em curso devem gerar recuperação nos próximos trimestres.

A capacidade da PRIO de manter uma estrutura de custos relativamente eficiente, mesmo em um cenário de pressão operacional, também pesa a favor da tese de investimento. Além disso, os fluxos de caixa seguem robustos, permitindo investimentos contínuos e pagamento de dividendos.

Outro ponto observado por analistas é a resiliência da companhia frente à volatilidade do mercado internacional de petróleo. Mesmo com o Brent abaixo de US$ 80 em alguns momentos do trimestre, a empresa conseguiu preservar margens razoáveis.

Investidores mantêm apetite

A percepção no mercado é de que os números fracos do 2T25 já estavam parcialmente precificados, e que o pior já passou. A retomada gradual da produção em Peregrino e os avanços nos projetos de Wahoo e Frade complementam o otimismo.

Ademais, Vale lembrar que a PRIO continua sendo uma das principais apostas no setor de petróleo da Bolsa brasileira. A companhia se destaca por sua gestão enxuta, eficiência em reverter ativos maduros e disciplina de capital.

Por fim, para os próximos trimestres a expectativa é de recuperação operacional, o que pode reverter parte da queda nas margens. Se isso se confirmar, a ação pode voltar a atrair ainda mais fluxo institucional.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.