
- RD cai 14,76% após lucro decepcionante, Vamos recua 7,05% sob impacto de despesas financeiras
- PETR4 sobe 0,46% apesar do petróleo, Banco do Brasil lidera alta entre os bancos, com 1,42%
- Índice recua 0,09% e reflete instabilidade diante dos balanços e incertezas externas
A Bolsa brasileira viveu mais um dia de instabilidade nesta quarta-feira (7), com o Ibovespa encerrando em queda de 0,09%, aos 133.397,52 pontos. O pregão refletiu uma combinação de fatores que têm dominado os últimos dias: ambiente externo cauteloso, aversão ao risco e impacto direto dos balanços corporativos.
No destaque negativo, a RD (RADL3) registrou a maior queda do dia, despencando 14,76% após divulgar um lucro líquido abaixo das expectativas no primeiro trimestre de 2025.
A forte reação negativa à RD fez da ação a mais negociada do dia, acompanhada por Vamos (VAMO3), que também decepcionou o mercado e terminou o dia com retração de 7,05%, pressionada por custos financeiros elevados. Ambas as empresas viram seu valor de mercado encolher drasticamente, somando bilhões de reais em perdas.
Alívio em alguns setores
Apesar dos baques, o mercado encontrou algum alívio em setores específicos. A Petrobras (PETR4), por exemplo, oscilou ao longo do dia, mas conseguiu fechar com leve alta de 0,46%, mesmo com o petróleo em queda no exterior. Já a Vale (VALE3), que surfou o minério de ferro em alta por duas semanas, não conseguiu sustentar ganhos e caiu 0,19%, refletindo a volatilidade do setor.
Entre os bancos, o foco se voltou para o Bradesco (BBDC4), que divulga seus números após o fechamento. A ação caiu 1,51%, pressionada por projeções mais conservadoras do mercado.
Em contrapartida, o Banco do Brasil (BBAS3) subiu 1,42%, liderando os ganhos entre os grandes bancos, seguido por movimentos mais contidos de Itaú e Santander.
Outros destaques do pregão incluíram Carrefour (CRFB3), que encerra sua trajetória na B3 com leve baixa de 0,23%, após divulgar um trimestre considerado misto. A saída da varejista da Bolsa marca o fim de uma fase para a empresa. Contudo, que agora busca focar na reestruturação de suas operações. Já a Klabin (KLBN11) animou os investidores ao subir 2,68%, impulsionada por resultados sólidos no período.
Surpresas no mercado
No radar do mercado também estão os números da Caixa Seguridade (CXSE3), que apresentou lucro bilionário, mas viu suas ações caírem 0,90%. A reação morna mostra, no entanto, que apesar dos resultados positivos, os investidores exigem mais consistência em perspectivas futuras para manter o otimismo.
O dia também teve espaço para surpresas positivas. Com ENEVA (ENEV3) registrando a maior alta do pregão, impulsionada por movimentos técnicos e expectativa de bons resultados no próximo balanço.
Apesar da queda modesta do Ibovespa, o tom geral do mercado continua sendo de cautela. O clima, portanto, é de seletividade: empresas que decepcionam são punidas com força, enquanto aquelas que superam expectativas conseguem alguma valorização em um ambiente de pouca convicção.
Com mais resultados sendo divulgados ao longo da semana, o mercado se mantém atento aos números e à postura dos investidores frente ao cenário global incerto. E, ainda, aos desafios fiscais e econômicos do país.