
- Lula e Trump podem negociar minerais críticos, com impacto direto em mineradoras e logística listadas na B3.
- Regulação das big techs pode definir o apetite de investidores em empresas digitais e de tecnologia.
- Bolsa e câmbio reagem ao tom das negociações, enquanto setores exportadores seguem sob pressão.
A possível reunião entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump já mexe com expectativas de investidores. Ainda sem data marcada, o encontro pode trazer efeitos práticos para setores estratégicos da economia brasileira.
Embora os EUA não tenham apresentado pleitos oficiais, analistas avaliam que tarifas impostas por Trump podem abrir caminho para negociações sobre minerais críticos e big techs, dois pontos com impacto direto na bolsa.
Mineração em destaque
Minerais como lítio e nióbio, essenciais para baterias e energia limpa, estão no radar dos americanos. Uma eventual parceria aumentaria a demanda interna e impulsionaria exportações, favorecendo empresas brasileiras ligadas ao setor.
CBMM e produtoras emergentes de lítio aparecem como potenciais beneficiadas. Companhias de logística e energia renovável listadas na B3 também poderiam capturar valorização se os acordos avançarem.
O risco, porém, está em exigências desvantajosas, como fornecimento preferencial a preços reduzidos, o que limitaria margens e competitividade das empresas nacionais.
Big techs em pauta
Trump já se posicionou contra regras que restrinjam plataformas digitais, sob o argumento de evitar censura. O tema interessa a gigantes listadas em Nova York e também afeta o ambiente de negócios brasileiro.
Além disso, o governo Lula recuou de uma regulação ampla e enviou apenas um projeto econômico ao Congresso. Esse recuo reduziu o temor de intervenção mais dura, mas ainda gera incertezas sobre a responsabilidade legal das plataformas.
Um modelo regulatório mais brando pode atrair capital estrangeiro para startups e unicórnios brasileiros, além de dar previsibilidade para empresas com forte atuação digital.
Reflexos na bolsa
O mercado vê chance de “resetar” a relação comercial entre Brasil e Estados Unidos. Uma negociação bem-sucedida poderia compensar perdas geradas pelas tarifas e reduzir riscos no câmbio.
Vale (VALE3) aparece entre os papéis que podem reagir positivamente, já que depende do mercado externo. Ademais, sinais de cooperação também podem fortalecer o real e melhorar projeções de juros, favorecendo bancos e consumo interno.
Por fim, a cautela predomina. Sem detalhes definidos, a reunião é vista apenas como gatilho de curto prazo para ativos sensíveis ao comércio internacional.