
- Lucro líquido de R$ 216,4 milhões no 2º tri, alta de 14% ante 2024.
- Receita líquida sobe 3,6%, mesmo com queda de 9,8% no volume vendido.
- Estratégia foca em preços, mix de produtos e eficiência operacional para manter margens.
A M. Dias Branco (MDIA3) registrou resultados sólidos no segundo trimestre de 2025, apresentando avanços em lucro e receita mesmo diante de queda no volume de vendas. O desempenho reforça a capacidade da companhia de adaptar sua estratégia e preservar margens em um mercado pressionado por custos e câmbio.
O lucro líquido alcançou R$ 216,4 milhões, representando alta de 14% em relação ao mesmo período de 2024. Esse avanço se deu, principalmente, por ajustes no portfólio e aumento no preço médio dos produtos, compensando a redução nas vendas físicas.
Lucro em alta e margens estáveis
No período, o Ebitda totalizou R$ 344,9 milhões, crescimento de 2,4% frente aos R$ 336,8 milhões de um ano antes. Apesar da leve queda na margem Ebitda, de 12,8% para 12,7%, a empresa manteve um patamar considerado saudável.
Além disso, a alavancagem permaneceu negativa em 0,1 vez, indicando que a dívida líquida segue inferior ao Ebitda. Logo, esse resultado mostra que a fabricante preserva sólida estrutura de capital, mesmo diante de desafios no setor.
Portanto, a receita líquida somou R$ 2,723 bilhões, alta de 3,6% na comparação anual. O avanço foi obtido apesar de um recuo de 9,8% no volume comercializado, que caiu de 507 mil toneladas para 457,3 mil toneladas.
Estratégia de preços e mix de produtos
O aumento de 14,8% no preço médio, de R$ 5,20 para R$ 6,00 por quilo, compensou a queda no volume. Segundo a companhia, a variação reflete ajustes de preços implementados nos últimos 12 meses e um mix mais favorável de produtos.
Assim, os principais segmentos apresentaram expansão na receita líquida. Biscoitos, massas e margarinas somaram R$ 2,127 bilhões, alta de 3,3%. Já a moagem e o refino de óleos registraram R$ 455,3 milhões, crescimento de 2,7%. O segmento de adjacências, como bolos, snacks e molhos, avançou 10,8%, chegando a R$ 141 milhões.
Portanto, a estratégia da companhia, portanto, manteve o foco em categorias de maior rentabilidade e reforçou a capacidade de repassar custos, especialmente diante da desvalorização cambial e da alta das commodities.
Investimentos e eficiência operacional
Durante o trimestre, a M. Dias Branco investiu R$ 51,6 milhões, valor 15,3% inferior ao registrado no mesmo período de 2024. Do total, 81% foram destinados à manutenção e 19% a projetos de expansão.
Além disso, entre os principais aportes estão iniciativas voltadas para transição energética, ganhos de eficiência operacional e digitalização de processos. Essas medidas buscam reduzir custos no médio prazo e ampliar a competitividade no setor.
Desse modo, a empresa também destacou o elevado índice de verticalização na produção dos principais insumos: 99,6% da farinha de trigo e 99,9% da gordura vegetal utilizados são produzidos internamente. Essa característica garante maior controle sobre custos e qualidade.
Perspectivas para o segundo semestre
Na avaliação da companhia, a comparação com o segundo trimestre de 2024 é afetada por um fator atípico: naquele período, o mercado registrou recomposição de estoques no varejo após a suspensão temporária de algumas linhas de produção.
Ademais, para o restante de 2025, a empresa pretende manter sua estratégia de diversificação de portfólio, ajustes graduais de preços e investimentos em inovação. Além disso, o foco seguirá na consolidação das operações de maior rentabilidade e no reforço da presença nacional.
Por fim, analistas do mercado avaliam que a combinação de preços ajustados, eficiência operacional e sólida estrutura de capital posiciona a M. Dias Branco para sustentar resultados positivos, mesmo em um ambiente econômico de maior volatilidade.