
- A Itaú Asset criou uma área dedicada a criptoativos e contratou ex-diretor da Hashdex para liderar a equipe.
- A gestora já soma R$ 850 milhões aplicados em produtos cripto e planeja expandir a oferta com novas opções.
- Todos os correntistas do Itaú já podem negociar dez criptomoedas pelo aplicativo do banco.
A Itaú Asset, maior gestora de um banco privado brasileiro, deu um passo decisivo em direção ao mercado de criptoativos. A instituição anunciou a criação de uma área totalmente dedicada a produtos desse segmento e nomeou João Marco Braga da Cunha, ex-Hashdex, para comandar a operação.
Com mais de R$ 1 trilhão sob gestão, a asset reforça sua estratégia de diversificação. Braga da Cunha atuou por cinco anos como diretor de portfólio na gestora carioca Hashdex e agora assume a missão de liderar o novo time. A área de cripto estará integrada à estrutura de Multimesas, que hoje administra R$ 117 bilhões.
O que muda na estrutura da Itaú Asset
O CEO da Itaú Asset, Carlos Augusto Salamonde, afirmou que a expansão do portfólio em criptoativos representa uma oportunidade de geração de alfa. Segundo ele, a volatilidade do setor cria chances de valorização que podem complementar os investimentos tradicionais. A proposta é oferecer maior diversificação e atender à crescente demanda dos clientes.
Assim, a gestora já mantém produtos voltados ao setor, como o ETF BITI11, que replica o índice Bloomberg Galaxy Bitcoin, e o fundo de previdência Flexprev Bitcoin, com até 40% dos recursos aplicados no mesmo ETF. Esses instrumentos já atraíram cerca de R$ 850 milhões em aplicações, mostrando o potencial da categoria.
Agora, o plano é ampliar a lista de ofertas. A asset avalia a criação de opções de investimento semelhantes à renda fixa e outros instrumentos que permitam capturar o movimento de longo prazo. Desse modo, a proposta é tornar a gestora referência em soluções de cripto no mercado brasileiro.
Expansão para clientes do varejo
A estratégia não se restringe ao investidor institucional. Recentemente, o Itaú abriu para todos os correntistas a possibilidade de negociar criptomoedas diretamente pelo aplicativo. Atualmente, estão disponíveis dez tipos diferentes de moedas digitais, uma resposta direta ao aumento da procura de clientes de varejo.
Esse movimento reforça o posicionamento do banco como protagonista em um mercado ainda dominado por pequenos investidores. Além disso, a criação de uma área dedicada sinaliza que a instituição aposta no amadurecimento do setor e busca se antecipar a novas tendências.
Ao unir expertise institucional com acesso simplificado, o Itaú tenta ocupar espaço relevante no mercado de ativos digitais. Portanto, a contratação de Braga da Cunha reforça o plano de consolidar liderança em um nicho que cresce rapidamente e exige especialização.
Perspectivas para o futuro
O foco em criptoativos coloca a Itaú Asset no centro de um debate sobre volatilidade e diversificação. Especialistas avaliam que o banco se beneficia do interesse global por moedas digitais e amplia sua vantagem competitiva ao estruturar uma área específica.
Ademais, a aposta no setor pode gerar impacto significativo na base de clientes e no desempenho do portfólio. Se bem-sucedida, a estratégia dará ao Itaú o status de pioneiro entre as grandes instituições financeiras brasileiras.
Por fim, a expectativa é que o movimento também pressione concorrentes a acelerar seus planos de entrada no setor.