
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) deve convocar nos próximos dias — provavelmente já na segunda-feira (16) — uma reunião extraordinária do colegiado para deliberar sobre o pedido de suspensão da Assembleia Geral Extraordinária (AGE) convocada para votar a fusão entre Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3). A assembleia está marcada para a próxima quarta-feira, 18 de junho.
O pedido de suspensão por 30 dias foi protocolado na última sexta-feira (6) por um fundo de investimentos gerido pela Latache Capital, que se manifestou contrária à fusão.
A gestora alega uma série de irregularidades no processo, como a “insuficiência da documentação apresentada”, “ilegalidades na formulação da ordem do dia”, “ausência de independência dos membros de comitês alegadamente independentes” e a “participação dos controladores (Marcos Molina e sua esposa, Márcia) nas deliberações do conselho de administração” tanto da BRF quanto da Marfrig.
Em resposta, ainda na sexta-feira, a Marfrig encaminhou à autarquia um documento rebatendo ponto a ponto as acusações levantadas pela Latache.
A companhia defende a legalidade do processo e argumenta que todos os trâmites têm seguido rigorosamente as normas previstas no estatuto e na regulamentação do mercado de capitais.
Participação da Latache na BRF
A Latache tornou-se acionista minoritária da BRF pouco depois do anúncio da fusão, ocorrido em 15 de maio.
Segundo informações divulgadas, o fundo comprou inicialmente 47 mil ações da companhia e, na última quinta-feira (5), adquiriu mais 122 mil papéis, o que lhe deu direito de formalizar a reclamação junto à CVM.