
- Cade aprova fusão entre Marfrig e BRF, criando a MBRF
- Dividendos de até R$ 6 bi antecedem conclusão formal da transação
- Investidores cobram entrega das sinergias de R$ 805 mi e ganhos tributários
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou por unanimidade, na última sexta-feira (5), a incorporação total da BRF (BRFS3) pela Marfrig (MRFG3). A decisão encerra a análise regulatória sem imposição de restrições e abre caminho para a criação da MBRF Global Foods Company.
Nesse sentido, o processo coincide com o fim do prazo para o exercício do direito de retirada por acionistas dissidentes. Portanto, a liquidação desses acionistas, seguida da distribuição de dividendos, estimados em R$ 3,5 bilhões para a BRF e R$ 2,5 bilhões para a Marfrig, são os últimos passos antes da conclusão formal da transação.
Sinergias sob escrutínio
Segundo o Bradesco BBI, a aprovação elimina a última incerteza relevante para a fusão. Agora, a atenção dos investidores se volta para a captura das sinergias prometidas.
Além disso, a expectativa é de R$ 805 milhões em economias anuais, sendo R$ 485 milhões em ganhos de cadeia de suprimentos e vendas cruzadas e R$ 320 milhões em redução de SG&A.
Desse modo, a companhia deve se beneficiar de um valor presente líquido tributário estimado em R$ 3 bilhões, considerado um dos principais motores de geração de valor da nova estrutura.
Reação do mercado
Apesar do otimismo com os ganhos potenciais, analistas mantêm cautela.
Por fim, o BBI reforçou recomendação neutra para as ações, destacando que o impacto real dependerá da velocidade e da escala na execução das sinergias.