Medidas fiscais

Medidas fiscais frustram mercado e bancos viram para o vermelho

Mesmo após anúncio das novas medidas do governo e divulgação do relatório fiscal, mercado financeiro não se animou.

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Medidas fiscais frustram mercado e bancos viram para o vermelho
  • Medidas fiscais não convencem o mercado, e ações de grandes bancos e estatais fecham em queda
  • Gol e Azul disparam com avanços no processo judicial e otimismo renovado entre investidores
  • BRF, Marfrig e Magazine Luiza se destacam com sinais de recuperação e recomendações positivas

A quinta-feira no mercado financeiro começou com expectativa de alívio após a apresentação do novo pacote de medidas fiscais do governo federal e a divulgação do relatório fiscal. No entanto, assim que os ministros começaram a comentar os dados, o clima positivo evaporou.

O Ibovespa virou para o negativo e diversas ações de peso fecharam o dia em queda, frustrando os investidores que esperavam uma resposta mais entusiasmada do mercado.

Os bancos, que abriram o dia estáveis, logo passaram a operar no vermelho. O Banco do Brasil (BBAS3) encerrou a sessão com queda de 0,83%, no menor nível do dia. O Itaú Unibanco (ITUB4) recuou 0,69%, também pressionado pelo ceticismo com a eficácia das medidas anunciadas.

O Bradesco (BBDC4), por outro lado, conseguiu escapar do movimento mais amplo e fechou com leve alta de 0,26%, mas sem força para reverter o pessimismo no setor financeiro.

As gigantes Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4), principais pilares do Ibovespa, também tiveram um dia negativo. A mineradora recuou 0,75%, acompanhando a instabilidade do preço do minério de ferro no mercado internacional. Já a Petrobras cedeu 1,32%, impactada por mais uma sessão de queda do petróleo no cenário global. A combinação de dados fiscais sem impacto imediato e commodities em baixa puxou o índice para baixo.

A TIM (TIMS3) registrou uma das maiores quedas do dia: -2,45%. A XP Investimentos revisou sua recomendação para as ações da operadora de “compra” para “neutra”, citando um cenário de crescimento modesto à frente. O movimento derrubou o papel, que já vinha oscilando em meio a dúvidas sobre margens e concorrência no setor de telecomunicações.

Na contramão

Na contramão, os frigoríficos mantiveram o bom desempenho das sessões anteriores. A BRF (BRFS3) subiu 1,81% e a Marfrig (MRFG3) ganhou 1,87%, com investidores apostando em uma estabilização da crise da gripe aviária. A JBS (JBSS3), que enfrenta discussões internas sobre a possibilidade de uma dupla listagem nos EUA, teve um desempenho mais volátil, mas ainda terminou com alta de 0,43%.

O setor varejista também conseguiu se destacar positivamente, com o Magazine Luiza (MGLU3) disparando 2,82%, após um novo relatório de análise recomendar a compra das ações da companhia, reforçando expectativas de recuperação no consumo interno.

Mas o grande destaque do dia veio do setor aéreo. A Gol (GOLL4), pela terceira sessão consecutiva, decolou com alta de 4,35%, ainda impulsionada pelos avanços na resolução de seu processo de Chapter 11 nos Estados Unidos. A novidade ficou por conta da Azul (AZUL4), que também pegou carona no otimismo e saltou 4,90%. Durante o pregão, ambas chegaram a subir mais de 10%, refletindo o alívio com o andamento dos planos de reestruturação.

Apesar do esforço do governo para acalmar o mercado com novas medidas fiscais, investidores demonstraram ceticismo quanto à eficácia imediata dessas ações. A reação dos ativos mostrou que o mercado busca não apenas promessas, mas resultados concretos e sustentáveis, especialmente em um cenário de juros elevados e pressões externas constantes.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.