
- Vendas líquidas saltam 400% no 2T25 e atingem R$ 324 milhões;
- Dividendos somam R$ 0,2441 por ação em julho, com yield acumulado de 34,4%;
- Ação MELK3 sobe 2,3% com projeções de melhora nas margens e emissão de dívida para expansão.
As ações da Melnick (MELK3) subiram 2,29% por volta das 13h46 desta terça-feira (15), após a companhia divulgar que atingiu R$ 324 milhões em vendas líquidas no segundo trimestre de 2025, o que representa uma alta de mais de 400% em relação ao mesmo período de 2024. A reação positiva do mercado foi impulsionada não apenas pelo volume, mas também pela consistência operacional apresentada nos números.
Segundo o BTG Pactual, os dados vieram em linha com as projeções e reforçam a capacidade da construtora de manter um ritmo forte de vendas, mesmo em um cenário ainda marcado por incertezas no crédito. Além disso, a empresa anunciou a primeira emissão de notas comerciais escriturais, com vencimento de até três anos, para reforçar o caixa e reduzir o custo de capital.
Dividendos robustos mantêm MELK3 atrativa
O desempenho no mercado secundário reflete não apenas os resultados operacionais, mas também a política de distribuição de proventos da Melnick. No início de julho, a empresa pagou R$ 0,2441 por ação em dividendos e juros sobre capital próprio. O valor equivale a um dividend yield acumulado de 34,4% no ano, um dos maiores do setor.
Esse retorno elevado reforça o apelo da ação para investidores focados em renda. De acordo com analistas da área de finanças, a combinação entre crescimento nas vendas, geração de caixa e distribuição de lucros tem colocado MELK3 no radar de fundos e investidores pessoa física.
Contudo, parte do mercado ainda aguarda uma melhora nas margens líquidas. Hoje, a Melnick opera com margem líquida de 5,9%, abaixo da média do setor, que gira em torno de 9,6%. Apesar disso, o desempenho positivo nas vendas pode abrir caminho para uma recuperação gradual desses indicadores.
Emissão de dívida pode destravar valor
A emissão de notas comerciais anunciada pela Melnick marca um novo passo na estratégia financeira da companhia. O movimento visa diversificar as fontes de financiamento e reduzir a dependência de crédito bancário. A empresa também busca otimizar sua estrutura de capital, aproveitando os juros ainda em patamares relativamente controlados.
Esse tipo de captação é comum entre empresas que desejam acelerar lançamentos sem pressionar demais a alavancagem. Com mais liquidez em caixa, a Melnick deve seguir apostando em projetos de médio e alto padrão, especialmente nas praças de Porto Alegre e São Paulo, onde mantém presença relevante.
De acordo com o portal Finance News, a emissão foi bem recebida por investidores, o que pode indicar maior confiança na gestão e na capacidade de entrega dos projetos. Ainda que o impacto sobre o lucro líquido só seja sentido nos próximos trimestres, o mercado já precifica parte dessa melhora.
Investidores atentos a novos gatilhos
Apesar da alta expressiva nas vendas e do avanço das ações no pregão, analistas seguem atentos a três fatores: evolução das margens, sustentabilidade dos dividendos e desempenho das próximas captações. Caso a empresa consiga entregar margem mais próxima da média do setor e manter a geração de caixa, há espaço para valorização adicional.
Além disso, qualquer nova distribuição de proventos ao longo do segundo semestre pode servir como novo gatilho de alta. O comportamento da taxa Selic e o apetite do mercado por renda variável também influenciarão a atratividade da ação.
A Melnick consolidou sua posição no segmento médio e alto padrão. Portanto, isso reforça sua imagem como uma das empresas mais resilientes do setor.