Mercado aposta em corte de juros do Fed após dados de emprego

O mercado financeiro reagiu de forma incisiva após a divulgação de dados que indicaram uma desaceleração no mercado de trabalho dos Estados Unidos, aumentando as apostas de que o Federal Reserve (Fed) poderá cortar a taxa de juros ainda em dezembro. As chances de uma redução de 25 pontos-base durante a reunião marcada para os dias 17 e 18 deste mês saltaram para 85%, um aumento substancial em comparação com os 67% registrados antes da divulgação do relatório.

O principal fator responsável por esse movimento foi a elevação inesperada na taxa de desemprego, que subiu de 4,1% em outubro para 4,2% em novembro. Além disso, a criação de novos empregos no período ficou abaixo das expectativas, reforçando o cenário de fragilidade no mercado de trabalho americano.

Dados de desemprego e geração de empregos surpreendem mercado

A alta na taxa de desemprego, que surpreendeu analistas, foi o principal indicativo de que o mercado de trabalho pode estar perdendo força, gerando mais pressão sobre o Fed para que ajuste sua política monetária. O número de novos postos de trabalho criados foi inferior ao projetado, o que aumentou as especulações sobre a necessidade de um estímulo econômico para evitar um esfriamento mais severo da economia dos EUA.

De acordo com economistas, a criação de empregos ficou aquém das estimativas, o que fortaleceu a percepção de que o Fed precisa adotar uma postura mais flexível para garantir que a economia não entre em uma recessão mais profunda. O número de novos empregos gerados em novembro foi de 150 mil, bem abaixo da expectativa de 200 mil, o que alimentou as apostas de um corte de juros para dar suporte ao mercado de trabalho.

Investidores focam na decisão do Fed em dezembro

Com a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) se aproximando, investidores e analistas estão de olho na próxima decisão de política monetária do Fed. Caso a redução de 25 pontos-base seja confirmada, ela representará uma mudança significativa na abordagem do banco central, que havia mantido as taxas de juros elevadas para controlar a inflação. A expectativa é que a redução ajude a estimular a geração de empregos, ao mesmo tempo em que busca manter o controle sobre a inflação.

A possível redução de juros sinaliza uma adaptação do Fed frente à desaceleração econômica, equilibrando a necessidade de estímulos com o desafio de evitar um novo aumento da pressão inflacionária.