
- Analistas destacam crescimento sólido, tecnologia própria e diversificação de receita.
- Varejista mostra recuperação operacional, mas ainda enfrenta desafios financeiros.
- MELI34 atrai por resiliência, enquanto pares locais exigem cautela.
O Mercado Livre (MELI34) segue como a principal aposta de analistas e gestores para o setor de varejo em 2025. Mesmo diante da concorrência com empresas nacionais como Magazine Luiza e Via, a companhia de origem argentina mantém vantagem na combinação de crescimento consistente, diversificação de receita e posição consolidada no e-commerce.
Desempenho financeiro e eficiência operacional sustentam liderança
A companhia apresentou crescimento de dois dígitos em suas principais linhas de receita no quarto trimestre de 2024. Além disso, ampliou margens operacionais e consolidou sua operação logística, considerada uma das mais eficientes da América Latina. Segundo analistas, a capacidade de reinvestir capital com retorno acima da média ajuda a sustentar o valuation elevado.
Por outro lado, enquanto pares locais enfrentaram margens comprimidas e queda nas vendas, o Mercado Livre manteve o ritmo de expansão. A base de usuários ativos cresceu mais de 18% em relação ao ano anterior, e o volume bruto de mercadorias (GMV) atingiu novo recorde na região.
Portanto, os números reforçam a percepção de que a companhia atua com vantagem competitiva estrutural. Especialistas destacam que a combinação entre marketplace, serviços financeiros e logística própria cria um modelo difícil de ser replicado por concorrentes.
Ações MELI34 seguem em alta e atraem investidores de longo prazo
As BDRs do Mercado Livre (MELI34), negociadas na B3, acumulam valorização de 14% no primeiro trimestre de 2025. A performance reflete o apetite dos investidores por ativos expostos ao crescimento do varejo digital na América Latina, especialmente aqueles que demonstram capacidade de manter margens mesmo em ambientes desafiadores.
Além disso, os papéis ganharam ainda mais força após os resultados divulgados em fevereiro. A companhia surpreendeu o mercado com lucro líquido acima do esperado e geração robusta de caixa. Com isso, casas de análise como XP, BTG Pactual e Genial reforçaram a recomendação de compra.
Ainda que o papel negocie a múltiplos mais altos que o setor, gestores argumentam que o prêmio se justifica. A empresa entrega crescimento consistente, aumenta participação de mercado e amplia o uso de soluções financeiras próprias, como o Mercado Pago e o Mercado Crédito.
Magazine Luiza ensaia reação, mas analistas pedem cautela
Enquanto o Mercado Livre mantém a liderança, o Magazine Luiza (MGLU3) tenta recuperar espaço. A varejista registrou leve alta nas vendas em janeiro e fevereiro e melhorou indicadores operacionais, como capital de giro e redução de estoques. Apesar disso, analistas ainda enxergam o papel como uma opção mais arriscada.
Segundo relatório recente do BTG, o Magazine Luiza precisa mostrar trimestres consecutivos de resultados positivos para reconquistar a confiança do investidor. A companhia enfrenta desafios como custos financeiros altos e forte dependência de promoções para sustentar o tráfego em suas plataformas.
Portanto, apesar dos sinais iniciais de retomada, a recomendação majoritária segue neutra. Investidores de perfil conservador continuam preferindo nomes com menor volatilidade e maior previsibilidade de geração de caixa.
Diversificação e tecnologia definem preferência por MELI
O que sustenta a confiança no Mercado Livre vai além do e-commerce. A vertical de fintechs cresce em ritmo acelerado e já representa mais de 40% da receita consolidada. O Mercado Pago, por exemplo, ampliou sua base de usuários em serviços como crédito, pagamentos e conta digital, reduzindo a dependência do varejo puro.
Em paralelo, a companhia investe em inteligência artificial para logística e experiência do usuário. A automação de centros de distribuição e o uso de algoritmos para personalização de ofertas garantem ganhos de eficiência e fidelização do cliente.
Assim, a leitura do mercado é clara: o modelo de negócios do Mercado Livre oferece mais resiliência e diversificação, especialmente em ciclos de juros altos ou desaceleração do consumo.