- B3 reabre após feriado de Carnaval com horário reduzido
- Mercados internacionais enfrentam volatilidade com novas tarifas dos EUA
- Setor de tecnologia sofre quedas significativas, com destaque para Nvidia e Tesla
A Bolsa brasileira retoma as negociações nesta Quarta-feira de Cinzas (5) com pregão reduzido, iniciando às 13h (horário de Brasília) e encerrando às 18h. Durante os dias em que permaneceu fechada devido ao feriado de Carnaval, os mercados internacionais passaram por forte volatilidade, impulsionada principalmente pela decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de ampliar tarifas sobre importações do Canadá, México e China.
Impacto no mercado global
Enquanto a B3 permaneceu inativa, os principais ADRs brasileiros listados na Bolsa de Nova York apresentaram movimentos mistos. Na segunda-feira (3), o índice Brazil Titans 20 registrou leve alta de 0,09%. Já na terça-feira (4), o indicador caiu 0,56%, após atingir uma mínima de -2% ao longo do dia.
No cenário global, as Bolsas americanas sofreram quedas expressivas. O Nasdaq Composto recuou 2,64% na segunda-feira, pressionado por perdas da Nvidia (-8,69%) e da Amazon (-3,42%). O S&P 500 caiu 1,76% e o Dow Jones teve retração de 1,48%. Na terça, o Nasdaq perdeu mais 0,35%, o S&P 500 caiu 1,22% e o Dow Jones teve baixa de 1,55%.
A crise foi impulsionada pela decisão de Trump de elevar tarifas sobre importações, atingindo 25% para produtos vindos do Canadá e México, além de elevar de 10% para 20% as taxas sobre produtos chineses. Como resposta, os governos canadense e chinês anunciaram medidas retaliatórias.
Setor de tecnologia sob pressão
O setor de tecnologia foi um dos mais afetados pela instabilidade. Além da forte queda da Nvidia, os papéis da Tesla recuaram 4,43% na terça-feira, enquanto a Apple perdeu 0,88%.
Analistas do banco Mizuho apontam que a desvalorização das empresas está ligada às preocupações sobre restrições nas exportações de tecnologia e equipamentos de inteligência artificial.
Apesar disso, especialistas do Swissquote Bank indicam que investidores estão demonstrando maior interesse em ações europeias, uma vez que o crescimento econômico dos EUA pode ser prejudicado pelas novas tarifas.
A União Europeia também pode ampliar investimentos no setor de defesa, impulsionando o apetite pelo risco no bloco econômico.
Impacto na economia europeia
Na Europa, as principais Bolsas também sentiram o reflexo da instabilidade global. O índice FTSE 100, de Londres, caiu 1,27%; o DAX, de Frankfurt, recuou 3,53%; e o CAC 40, de Paris, registrou perda de 1,85%. Montadoras como Ferrari (-3,95%), Mercedes-Benz (-5,34%) e Renault (-4,85%) também sofreram quedas acentuadas.
Segundo análise do Deutsche Bank, as novas tarifas podem reduzir em um ponto percentual o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) europeu. Para mitigar os impactos, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propôs o plano “REARM Europe”. No entanto, que prevê investimentos de 800 bilhões de euros para fortalecer as defesas do continente.
Expectativa para o retorno da B3
Com a reabertura da Bolsa brasileira nesta quarta-feira, investidores acompanham de perto o impacto das decisões internacionais nos ativos locais. A expectativa, portanto, é de que o pregão reduza sua liquidez, já que muitos investidores ainda estão retornando das folgas de Carnaval.
A atenção se volta para o comportamento do real frente ao dólar, que pode reagir às turbulências externas, e para as commodities, especialmente o petróleo e o minério de ferro, que tiveram oscilações expressivas nos últimos dias.
Em um ambiente global instável, a retomada da B3 pode ser marcada por alta volatilidade, dessa forma, exigindo cautela dos investidores no retorno das atividades.