
- Dólar sobe para R$ 5,674 apesar de rebaixamento da nota dos EUA pela Moody’s
- Economia brasileira surpreende e PIB do 1º trimestre avança 1,3%
- Mercado acompanha tensão fiscal nos EUA e negociações comerciais com a China
O dólar à vista começou esta segunda-feira (19) em alta frente ao real, contrariando o movimento global de enfraquecimento da moeda norte-americana. Às 9h16, a divisa subia 0,09% e era negociada a R$ 5,674, enquanto o dólar futuro para junho avançava 0,07%, aos 5.692 pontos na B3.
A valorização ocorre mesmo após a agência de classificação de risco Moody’s rebaixar a perspectiva da nota de crédito dos Estados Unidos de “estável” para “negativa”, o que tradicionalmente exerceria pressão de queda sobre o dólar globalmente.
O impacto desse rebaixamento nos mercados internacionais é significativo, já que ele sinaliza preocupações sobre o cenário fiscal dos EUA e pode levar investidores a buscar outras moedas ou ativos considerados mais seguros.
No entanto, no Brasil, o movimento da moeda americana continua sustentado, refletindo dinâmicas internas específicas e expectativas do mercado quanto à política monetária e à evolução da economia local.
Economia brasileira surpreende e PIB sobe
Enquanto o dólar segue firme, os dados econômicos divulgados nesta manhã pelo Banco Central animaram os analistas. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), usado como uma espécie de prévia do Produto Interno Bruto (PIB), cresceu 0,8% em março, superando a projeção mediana do mercado, que era de alta de 0,5%. Com esse resultado, o Brasil encerrou o primeiro trimestre de 2025 com crescimento acumulado de 1,3%.
A alta do IBC-Br reforça a percepção de que a economia brasileira mostra sinais de resiliência, mesmo diante de um cenário internacional mais conturbado. Fatores como a retomada do consumo, o avanço do agronegócio e uma leve recuperação do setor de serviços ajudaram a impulsionar os números.
A surpresa positiva pode influenciar as decisões do Banco Central sobre o ritmo de cortes na taxa Selic. Especialmente, considerando o avanço da inflação e os desafios fiscais.
Por ora, o real não consegue se beneficiar do otimismo com o PIB, em parte porque o câmbio continua fortemente influenciado pelas incertezas políticas e econômicas no plano doméstico.
Mercado segue atento ao cenário fiscal dos EUA
Além do rebaixamento da perspectiva da nota de crédito norte-americana, os mercados também acompanham de perto as discussões comerciais entre Estados Unidos e China. Contudo, que voltaram a ganhar força nas últimas semanas.
A tensão entre as duas maiores economias do mundo pode afetar o comércio global e impactar o fluxo de capitais para mercados emergentes, como o Brasil.
Internamente, os investidores monitoram os rumos da política fiscal do governo Lula, que enfrenta dificuldades para cumprir metas de superávit primário. Qualquer sinalização negativa nesse campo pode provocar fuga de capitais. E, porf consequência, pressionar ainda mais o câmbio, mesmo com dados econômicos favoráveis.