
- Ouro tem maior queda em 12 anos após sequência de recordes.
- Prata despenca 8,7%, encerrando o rali histórico das últimas semanas.
- Dólar forte e realização de lucros impulsionam a correção global.
O mercado de metais preciosos viveu uma reviravolta brusca nesta terça-feira (21). Isso porque o ouro e a prata registraram quedas históricas, apagando parte dos ganhos acumulados nas últimas semanas.
A correção veio após um rali sem precedentes, impulsionado por tensões globais e pela busca por proteção. Agora, o fortalecimento do dólar e a realização de lucros pesam sobre as cotações.
Ouro e prata em forte correção
O ouro à vista recuou até 6,3%, para US$ 4.082,03 por onça, marcando a maior queda em 12 anos. Já a prata despencou 8,7%, negociada a US$ 47,89 por onça.
Segundo analistas, o movimento reflete indicadores técnicos de sobrecompra, além da redução da procura por proteção diante da melhora no cenário internacional. Ademais, as negociações comerciais entre EUA e China também contribuíram para o ajuste.
“Nas últimas sessões, os traders têm olhado para trás, preocupados com uma consolidação do mercado”, afirmou Ole Hansen, estrategista de commodities do Saxo Bank.
Falta de dados amplia volatilidade
A paralisação do governo dos EUA deixou os investidores sem o relatório semanal da CFTC, documento que mostra o posicionamento de fundos e gestores em futuros de ouro e prata.
Além disso, sem essas informações, o mercado ficou mais vulnerável. “Essa ausência ocorre em um momento delicado, com possíveis posições compradas em excesso”, explicou Hansen.
Mais de 2 milhões de contratos de opções vinculados ao maior ETF de ouro do mundo foram negociados nos últimos dias, superando recordes anteriores e reforçando a volatilidade.
Efeito dominó nos mercados
O rali recente vinha sendo sustentado pela busca por proteção e por apertos de oferta no mercado de prata em Londres. Agora, os investidores ajustam posições, e a queda dos metais afeta outros ativos de risco.
Ademais, segundo Tatiana Darie, estrategista macro da Bloomberg, o momento mostra sinais de esgotamento. “A história indica que, após longas altas, o impulso se reverte e as compras viram vendas.”
Na China, os estoques de prata na Bolsa de Xangai registraram a maior saída diária desde fevereiro, o que agravou a pressão sobre os preços.
Panorama e perspectivas
Mesmo com a forte correção, analistas afirmam que a demanda estrutural por ouro e prata segue sólida, sustentada por incertezas fiscais globais e juros ainda elevados.
Às 11h14 (de Brasília), o ouro recuava 4,9%, a US$ 4.142,15, enquanto a prata caía 6,7%, a US$ 48,92 por onça.
Por fim, especialistas avaliam que novas altas podem ocorrer caso a economia americana desacelere ou a inflação volte a subir nos próximos meses.