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Milhões em jogo: estatal anúncia investimento inédito em mineração de bitcoin

Empresa investe R$ 90 milhões em projeto inédito na Bahia e mira transformar energia limpa em vantagem global no setor de criptoativos.

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Crédito: Depositphotos.
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  • A Eletrobras investirá R$ 90 milhões em projeto inédito de mineração de Bitcoin na Bahia.
  • O plano foca em aprendizado e pode abrir caminho para data centers de inteligência artificial.
  • Energia limpa e posição estratégica tornam o Brasil candidato a hub global de computing.

A Eletrobras (ELET3;ELET6) surpreendeu o mercado ao anunciar que vai iniciar, em setembro, um projeto inédito de mineração de Bitcoin na Bahia, com investimento de R$ 90 milhões. A operação funcionará como laboratório para medir consumo energético de máquinas de alta performance.

Segundo Juliano Dantas, vice-presidente de Inovação, a escolha pelo Bitcoin é estratégica. “É a porta de entrada ideal: permite testar eficiência e escala antes de migrarmos para data centers de inteligência artificial, que exigem até 50 vezes mais capital por megawatt”, afirmou.

Tendência global em mineração

O diferencial brasileiro está na matriz energética, composta por fontes limpas, e na proximidade com EUA e Europa, fatores que podem transformar o país em hub global de computing.

Sendo assim, o avanço regulatório e tributário também ajuda a sustentar essa ambição.

Nesse sentido, a entrada da Eletrobras coloca o Brasil no radar das grandes experiências globais. Países como Argentina, Paraguai, Emirados Árabes, EUA e Canadá já exploram a mineração como alternativa para integrar energia e inovação.

Enquanto isso, gigantes como a China restringem a prática, mas mantêm operações residuais.

Energia, sustentabilidade e geopolítica

No Texas, mineradores já atuam como cargas flexíveis, absorvendo excesso de energia quando há sobra e reduzindo consumo quando a rede se sobrecarrega.

Ademais, grandes empresas como a ExxonMobil, aproveitam o modelo para transformar desperdício de gás em valor.

No campo geopolítico, o Bitcoin funciona como ativo neutro, semelhante ao ouro, oferecendo proteção contra sanções e tensões internacionais.

Por fim, para analistas o Brasil tem chance de liderar uma nova fronteira: unir energia renovável, mineração digital e atração de investimentos globais.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.