
- Receita líquida da Minerva deve saltar para R$ 12,1 bilhões no 2T25
- Lucro líquido pode cair 58%, mesmo com Ebitda robusto
- Itaú BBA mantém recomendação positiva e vê empresa no rumo certo
O Itaú BBA divulgou nesta quarta-feira (23) um relatório prevendo crescimento robusto das receitas da Minerva Foods (BEEF3) no segundo trimestre de 2025. Os analistas afirmam que a receita líquida deve subir 57,2% e alcançar R$ 12,1 bilhões, impulsionada principalmente pelas plantas compradas da Marfrig (MRFG3), em operação desde o início do ano.
Apesar do crescimento operacional, o banco também projeta uma queda expressiva de 58,1% no lucro líquido, que deve recuar para R$ 40 milhões. O foco do mercado, no entanto, deve se concentrar no ramp-up dos novos ativos e nas estratégias da companhia para contornar os desafios geopolíticos recentes.
Receita turbinada por ativos da Marfrig
A incorporação das operações da Marfrig deve ser o principal motor do crescimento da Minerva no trimestre. O Itaú BBA afirma que o desempenho vai crescer com o aumento do volume e com os melhores preços de venda, especialmente no mercado externo.
A companhia, que já havia antecipado estoques nos EUA no primeiro trimestre, deve colher os frutos dessa estratégia agora. A expectativa é que a empresa consiga expandir sua atuação nos principais mercados internacionais, apesar das tensões tarifárias envolvendo Brasil e Estados Unidos.
Além disso, a operação nos países do Mercosul e rotas alternativas de exportação devem ajudar a manter os volumes de carne bovina em alta, mesmo diante de pressões externas. Os analistas destacam a maior diversificação geográfica da Minerva como um diferencial competitivo relevante.
Lucro em queda, mas Ebitda firme
O banco projeta um Ebitda ajustado de R$ 1,1 bilhão, o que representa uma alta de quase 50% na comparação anual. Contudo, a margem Ebitda deve cair de 9,7% para 9,2%, reflexo do aumento dos custos com integração das novas plantas e pressão nos preços internos.
Essa redução de margem, combinada com despesas financeiras e ajustes contábeis, explica a expectativa de queda expressiva no lucro líquido, que pode ser o ponto negativo do balanço a ser divulgado em 6 de agosto.
Apesar disso, o Itaú BBA ressalta que os números estão em linha com o consenso do mercado, que também espera um Ebitda entre R$ 1,1 bilhão e R$ 1,2 bilhão para o trimestre.
Perspectiva para 2025 segue positiva
Na avaliação do banco, a Minerva segue no caminho certo para cumprir as metas traçadas para o ano. A empresa continua priorizando mercados estratégicos, como Ásia e Oriente Médio, e se beneficia da alta dos preços internacionais da carne bovina diante das restrições aplicadas a outros exportadores.
Outro ponto monitorado é o impacto das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. Caso o Brasil enfrente maiores restrições, a Minerva deve explorar rotas via Paraguai e Uruguai para manter suas exportações. Esse diferencial logístico pode ser um trunfo para a companhia em 2025.
Com base nesse cenário, o Itaú BBA mantém recomendação “outperform” (desempenho acima da média) para as ações da empresa, com preço-alvo de R$ 7, o que representa potencial de valorização em relação ao patamar atual.