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Minerva (BEEF3) diz que tarifa de Trump não tira seu sono e afeta apenas 5% da receita

Exportadora afirma que diversificação geográfica mitiga riscos da nova taxação dos EUA sobre produtos brasileiros

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Minerva (BEEF3)
Foto: Reprodução

A Minerva (BEEF3), maior exportadora de carne bovina da América do Sul, saiu na frente para acalmar investidores e o mercado diante da tensão comercial provocada pelo novo tarifaço anunciado pelos Estados Unidos. Em comunicado ao mercado divulgado nesta quinta-feira (10), a companhia avaliou que o impacto potencial da medida sobre seus resultados será limitado a cerca de 5% da receita líquida.

O motivo? A estratégia de diversificação geográfica adotada pela empresa, que distribui sua produção entre Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Austrália, permitindo maior flexibilidade para contornar obstáculos regulatórios e comerciais.

O que muda com a nova tarifa?

Na noite de quarta-feira (9), o presidente americano Donald Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre todas as importações brasileiras a partir de 1º de agosto.

A medida, de forte cunho político, causou alvoroço nos mercados e colocou em alerta empresas com exposição significativa ao comércio bilateral.

A Minerva, no entanto, manteve tom confiante ao afirmar que apenas 16% da sua receita total dos últimos 12 meses veio do mercado dos EUA — e que somente 30% dessa fatia está relacionada ao Brasil, ou seja, aproximadamente 5% da receita líquida total seria potencialmente afetada diretamente pelas novas tarifas.

Diversificação é o trunfo

A companhia destacou que sua presença em outros países exportadores é essencial para lidar com choques como este.

A operação em cinco países diferentes permite arbitrar os mercados internacionais, ou seja, redirecionar os embarques de forma estratégica, minimizando prejuízos e aproveitando oportunidades onde há menos barreiras comerciais.

A exposição ao mercado dos EUA também ocorre via nossas operações na Argentina, Paraguai, Uruguai e Austrália, o que permite à Companhia maximizar sua capacidade de responder com eficiência a mudanças de cenário como essa”, diz o comunicado.

Setor em alerta

Apesar do discurso tranquilizador da Minerva, o setor de proteínas animais está em estado de alerta. Os EUA enfrentam atualmente um déficit histórico de carne bovina, o que torna o mercado americano um destino valioso para exportadores.

A imposição de tarifas elevadas pode encarecer o produto para os consumidores norte-americanos e afetar a competitividade da proteína brasileira.

Para a Minerva, no entanto, a robustez da operação fora do Brasil e a agilidade para ajustar rotas de exportação devem garantir resiliência mesmo em um cenário adverso.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.