
- Ibovespa crava novo pico de 2025 com impulso de blue chips e farmacêutica
- Hypera dispara após balanço fraco e Usiminas decepciona mesmo superando estimativas
- Azul desaba quase 25% com aumento de capital e rouba o posto de maior queda do dia
O Ibovespa encerrou esta quinta-feira (24) com uma alta expressiva de 1,79%, aos 134.580,43 pontos, no maior nível de fechamento registrado em 2025. O índice saltou 2.364,36 pontos na sessão e atingiu a nova máxima intradiária do ano, em 134.937,55 pontos, ultrapassando marcas que não eram vistas desde setembro de 2024.
A movimentação do mercado refletiu uma combinação de entusiasmo com algumas ações específicas, expectativa de resultados financeiros e ajustes de portfólio de grandes investidores. Apesar de algumas quedas pontuais, o saldo geral foi amplamente positivo, com a B3 (B3SA3) registrando o maior volume negociado do dia.
Hypera lidera ganhos com alta de 12,27%
A ação da Hypera (HYPE3) roubou a cena. Mesmo com números trimestrais considerados abaixo do esperado, o papel saltou 12,27% e liderou os ganhos do dia.
O mercado, no entanto, interpretou os dados com viés otimista, apostando na resiliência do setor farmacêutico e na possibilidade de recuperação operacional nos próximos trimestres. O desempenho explosivo de HYPE3 também influenciou positivamente outros ativos do setor.
Na contramão, a Usiminas (USIM5) recuou 4,28%. A companhia, contudo, divulgou resultados que superaram as projeções do mercado, mas os analistas destacaram preocupações com a rentabilidade e a pressão nos preços de aço. O tom cauteloso em relação ao futuro pesou sobre os papéis.
Azul despenca após anunciar aumento de capital
O grande destaque negativo do pregão foi a Azul (AZUL4). A companhia aérea viu suas ações desabarem 24,84% após a homologação de um aumento de capital. A diluição dos atuais acionistas e a percepção de necessidade urgente de reforço no caixa assustaram o mercado. A queda profunda colocou AZUL4 como a maior baixa do dia.
Outras empresas também tiveram desempenho fraco. A Suzano (SUZB3) caiu 0,36%, mesmo com rumores sobre uma aquisição bilionária. A RD (RADL3), portanto, perdeu 1,33%, após um banco rebaixar a recomendação da ação.
Já a Petrobras (PETR4) recuou 0,46%, mesmo com o petróleo em alta no mercado internacional. A movimentação refletiu o receio dos investidores sobre os próximos passos da estatal.
Vale sobe antes de balanço e B3 lidera
A Vale (VALE3) subiu 1,56% com a expectativa do balanço que será divulgado ainda nesta noite. O mercado, contudo, espera uma desaceleração no desempenho da mineradora, tanto no segmento de ferrosos quanto em metais básicos, mas ainda vê a empresa como âncora do índice.
A ação da B3 (B3SA3), no entanto, encerrou como a mais negociada do dia, com volume expressivo, refletindo o forte movimento institucional na Bolsa.
O Ibovespa segue com viés positivo em abril, alimentado por resultados corporativos, fluxo estrangeiro e expectativas de cortes de juros no horizonte. A volatilidade, porém, segue alta, especialmente em papéis de empresas endividadas ou com margens pressionadas.