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Moody’s rebaixa EUA, juros na China e mais eventos influenciam os mercados nesta semana

Rebaixamento pela Moody’s agita mercados nesta segunda-feira (19); investidores acompanham também indicadores do Brasil e da China

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Nesta segunda-feira (19), os mercados globais iniciam a semana em clima de cautela após a agência de classificação de risco Moody’s anunciar, na sexta-feira (16), o rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos (EUA)

A maior economia do mundo perdeu o cobiçado selo de confiança “AAA” e passou a ser classificada como “AA1”. 

Enquanto no Brasil a semana tem a agenda de eventos e indicadores econômicos pouco movimentada, o que dá destaque para conflitos comerciais no exterior e para a diferença na política monetária entre países.

Confira a seguir o que movimenta as Bolsas de Valores nesta semana.

Economia dos EUA em apuros?

A decisão da Moody’s retira os EUA do seleto grupo de países com rating máximo, acendendo um alerta aos investidores globais.

No último domingo (18), os índices futuros de Nova York operaram no vermelho.

Dow Jones, S&P500 e Nasdaq apresentavam quedas moderadas, refletindo a preocupação do mercado com o aumento persistente da dívida americana e dos juros – fatores destacados pela agência como determinantes para o corte. 

Dessa forma, o mercado fica atento ao desempenho das bolsas nesta segunda-feira (19).

Apesar do rebaixamento, a perspectiva da nota foi alterada de “negativa” para “estável”, o que indica que novos cortes não estão no radar imediato.

Com esse movimento, a Moody’s se junta às outras duas grandes agências de rating — Standard & Poor’s e Fitch — que já haviam rebaixado os EUA em ocasiões anteriores, encerrando o ciclo de confiança tripla no crédito soberano americano.

Discursos do Fed

Nesta semana, diversos membros do Federal Reserve (Fed) participarão de eventos públicos e farão discursos que podem influenciar as expectativas do mercado em relação à política monetária dos Estados Unidos. 

Segunda-feira (19/05)

  • Raphael Bostic (Fed de Atlanta): discurso pela manhã; costuma adotar tom moderado.
  • John Williams (Fed de Nova York): fala importante, pois tem influência central na formulação da política monetária.
  • Philip Jefferson (Vice-presidente do Fed): discurso às 10h45; pode abordar temas macroeconômicos e perspectivas de juros.
  • Lorie Logan (Fed de Dallas): discurso à tarde; foca em condições financeiras e inflação.
  • Neel Kashkari (Fed de Minneapolis): também fala à tarde; conhecido por análises diretas sobre inflação e juros.

Terça-feira (20/05)

  • Raphael Bostic: participa de outro evento, reforçando seu posicionamento.
  • Tom Barkin (Fed de Richmond): discurso pela manhã; tende a focar em dados regionais e emprego.
  • Susan Collins (Fed de Boston): participa de evento; costuma ter postura cautelosa.
  • Lisa Cook (Governadora do Fed): discurso no fim do dia; pode trazer perspectiva institucional e de estabilidade financeira.
  • Mary Daly (Fed de São Francisco): também fala à noite; costuma enfatizar emprego e desigualdade econômica.

Quarta-feira (21/05)

  • Tom Barkin (segunda fala da semana): reforça posicionamentos anteriores; pode dar mais clareza sobre visão do Fed sobre economia.

Agenda no Brasil

No mercado financeiro local, investidores monitoram às 9h desta segunda-feira (19), o Banco Central (BC) divulgar o IBC-Br, indicador que antecipa a tendência do PIB (Produto Interno Bruto). 

Os dados ganham ainda mais relevância diante das incertezas externas e da expectativa sobre os próximos passos da política monetária brasileira.

Além disso, novas projeções para o IPCA (inflação), PIB (crescimento), Selic (juros) e dólar são divulgadas, com o Boletim Focus do Banco Central.

Nos próximos dias a agenda segue esvaziada.

China

O cenário econômico da segunda maior economia do mundo, a China, também influencia os mercados.

Na noite desta segunda-feira (19), o Banco Popular da China anunciará sua decisão sobre a taxa de juros, medida que pode sinalizar os rumos da política econômica chinesa.

No último domingo (18), foi divulgado que a produção industrial da China cresceu 6,1% em abril em comparação ao ano anterior, desacelerando em relação a março (7,7%), mas superando as expectativas do mercado (5,5%).

O desempenho mostrou resiliência diante da guerra comercial com os EUA, impulsionado por apoio fiscal antecipado e exportações mais fortes do que o esperado.

Apesar disso, o valor das exportações permaneceu estagnado, refletindo o impacto das tarifas recíprocas.

A recente trégua de 90 dias entre China e EUA trouxe alívio, mas incertezas permanecem devido à postura imprevisível do governo americano.

Outros setores da economia chinesa mostraram fraqueza: as vendas no varejo cresceram apenas 5,1% (abaixo da previsão de 5,5%) e o setor imobiliário segue estagnado.

Nesse sentido, economistas alertam que os efeitos das tarifas ainda pairam sobre a economia chinesa, especialmente no consumo e investimento interno.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.