
Após uma sequência de fortes ganhos, as ações da Movida (MOVI3) operam em forte queda nesta quinta-feira (26). Por volta das 11:25, os papéis recuavam 10,33% a R$ 7,83. Porém, para o BTG Pactual, o recuo pode representar uma janela de entrada interessante.
O banco revisou suas estimativas para a companhia, manteve a recomendação de compra e atualizou o preço-alvo para R$12, o que implica potencial de valorização mesmo após a correção.
“O papel já subiu 146% no ano, mas ainda negocia a um múltiplo atrativo de 6,7x P/L 2026, abaixo da média histórica e de pares como a Localiza”, escrevem os analistas.
Para o time do BTG, com a Selic perto do fim do ciclo de aperto, a Movida é provavelmente o melhor beta para se posicionar num cenário de corte de juros.
Resultados fortes e estimativas acima do mercado
O BTG elevou sua projeção de lucro líquido para R$241 milhões em 2025, bem acima dos R$162 milhões esperados pelo consenso. Entre os fatores que sustentam esse otimismo, estão:
- Tarifas de locação mais elevadas;
- Depreciação mais controlada;
- Ganhos operacionais relevantes.
Apesar de reduzir a expectativa de lucro frente à estimativa anterior (R$529 milhões), o corte foi atribuído ao maior custo da dívida, resultado direto da nova projeção do BTG para a Selic — agora estimada em 14,4% no fim de 2025, versus 10,5% antes.
Corte de juros: o grande gatilho
Com uma alavancagem ainda elevada (3,1x no 1T25), a Movida tende a se beneficiar fortemente da queda dos juros. “Calculamos que cada corte de 100 pontos-base na Selic pode adicionar 25% ao lucro de 2026”, afirma o BTG.
Além disso, o banco destaca que a empresa vem conseguindo aumentar tarifas e ganhar eficiência, mesmo em um ambiente desafiador.
Enquanto EBITDA (lucro antes juros, impostos e amortizações) projetado para os próximos dois anos foi elevado para R$5,6 bilhões (2025) e R$6 bilhões (2026).
Armadilhas no caminho?
Apesar do tom positivo, o BTG lista quatro riscos importantes que podem comprometer a tese:
- Deterioração dos preços no mercado de seminovos;
- Atraso na queda da Selic;
- Pressão no processo de renovação da frota;
- Necessidade de novas captações para financiar o crescimento.